WhatsApp baniu 43 contas associadas a Yacows durante campanha de 2018
Alvo da CPMI das Fake News, a empresa de marketing digital Yacows teve ao menos 43 contas banidas pelo WhatsApp por suspeitas de disparos de mensagens em massa durante a campanha eleitoral de 2018. O número foi repassado à Justiça Eleitoral de São Paulo no âmbito do processo que rejeitou o pedido de cassação de oito deputados estaduais e federais...
Alvo da CPMI das Fake News, a empresa de marketing digital Yacows teve ao menos 43 contas banidas pelo WhatsApp por suspeitas de disparos de mensagens em massa durante a campanha eleitoral de 2018. O número foi repassado à Justiça Eleitoral de São Paulo no âmbito do processo que rejeitou o pedido de cassação de oito deputados estaduais e federais.
À CPMI, o sócio da Yacows Lindolfo Antônio Alves entregou uma lista com 37 nomes de políticos que usaram os serviços da empresa, entre eles os então candidatos ao Planalto Jair Bolsonaro (à época no PSL), Fernando Haddad (PT) e Henrique Meirelles (MDB).
O WhatsApp informou ao Tribunal Regional Eleitoral paulista de que o encerramento de dezenas de contas da Yacows em 2018 se deu em razão da suspeita de violação de seus termos de utilização. A tecnologia que detecta spam no aplicativo de mensagens indicou “comportamento anormal” no envio automatizado em massa.
O TRE-SP também recebeu informações sobre orientações que teriam sido dadas a funcionários da Yacows. Ao processo — que correu em segredo de Justiça –, foi anexada, por exemplo, cópia de conversas no grupo de WhatsApp “YACOWS I GERAL”, no qual se orientou a utilização de códigos de países diferentes.
O sistema de habilitação de linhas no exterior utiliza a tecnologia VoIP, ou “voz sobre IP” (número que identifica um dispositivo em uma rede). A linha virtual internacional pode ser cadastrada no WhatsApp sem uso de chip. A Yacows cadastrava linhas internacionais no WhatsApp para fazer disparos.
Em depoimento à CPMI das Fake News, em 19 de fevereiro, Lindolfo admitiu que a Yacows também usava grande quantidade de chips de operadoras brasileiras para o disparo das mensagens em massa.
As contas no WhatsApp, contou Lindolfo, eram usadas “até o momento em que a linha é bloqueada pelo sistema de spam da ferramenta”.
Os chips duravam “por volta de quinze minutos, dez minutos, às vezes mais, às vezes menos”, até serem bloqueados.
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