“Este não é o começo do fim de Temer”
Em entrevista para a newsletter de O Antagonista deste domingo, Christopher Garman, da Eurasia Group, explica por que Temer está mais forte do que nunca no Planalto. Confira um trecho da conversa...
Em entrevista para a newsletter de O Antagonista deste domingo, Christopher Garman, da Eurasia Group, explica por que Temer está mais forte do que nunca no Planalto. Confira um trecho da conversa:
Financista: Há quem diga que a prisão de Cunha representa o início do fim do governo Temer. A Eurásia, contudo, vê apenas 10% de chances de Temer não terminar o mandato. Por quê?
Christopher Garman: Discordamos da avaliação de que a prisão de Cunha, de fato, possa ser o início do fim do governo Temer. A derrubada de um presidente depende de vários fatores. Não provém só de uma acusação. O impeachment de Dilma, por exemplo, ocorreu não só por causa de acusações que vieram da Lava Jato e de burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal, mas por causa de uma tremenda crise econômica e social, e uma crise de confiança na sua liderança, tanto no setor privado, quanto na classe política.
E a provável delação de Cunha acontece em um momento totalmente distinto. Temer conta com o apoio maciço do Congresso, que enxerga nele a única maneira de construir uma ponte até 2018. Quanto mais o tempo passar, sem que Temer sofra uma denúncia grave de corrupção, e quanto mais apoio que ele angariar, menores serão as chances de ele não terminar o mandato.
Financista: Mesmo se isso se somar à Operação Métis, que atinge diretamente Renan Calheiros?
Garman: Não, não abala. O fato é que teremos muitas denúncias pela frente. Mas, para derrubar esse governo, serão necessárias evidências muito fortes contra Temer, a ponto de ele perder as condições de governar.
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