Moro aponta mais inconsistências e defende voltar à estaca zero no juiz das garantias
Principal crítico do juiz das garantias no governo Bolsonaro, Sergio Moro defendeu que se volte à estaca zero sobre a implementação do instituto no sistema de Justiça do país. O ministro da Justiça citou, por exemplo, inconsistências na lei, como o fato de se referir a atribuições para magistrados que estão previstas em um projeto de lei que nem sequer foi aprovado no Congresso...
Principal crítico do juiz das garantias no governo Bolsonaro, Sergio Moro defendeu que se volte à estaca zero sobre a implementação do instituto no sistema de Justiça do país. O ministro da Justiça citou, por exemplo, inconsistências na lei, como o fato de se referir a atribuições para magistrados que estão previstas em um projeto de lei que nem sequer foi aprovado no Congresso.
O ministro elogiou a decisão de Dias Toffoli de adiar a estruturação do juiz das garantias por seis meses, mas apontou a inconstitucionalidade a partir do próprio entendimento do presidente do STF.
“A própria decisão do ministro Toffoli começa lá com: não vale para tribunais superiores e recursais. Ótimo, mas quem deveria ter decidido isso? O legislador. Não vale para violência doméstica? O legislador não falou isso. Por que é válido em outros casos? Série de impropriedades técnicas. Não foi bem introduzido, com todo respeito à Câmara, esse elemento na nossa legislação.”
Moro afirmou que, para a sociedade, o problema da Justiça é a morosidade e não a falta do juiz das garantias na primeira instância. De acordo com o ministro, a introdução dessa figura pelo legislador precisa ser planejada, sendo que uma lei ser suspensa antes de entrar em vigor por seis meses é porque não se sabe que não é viável. “Quando o sistema não funciona no processo penal tem risco grave de impunidade.”
O ministro desconversou sobre ser uma retaliação à Lava Jato e a evitar a criação de novos “novos Moros” a aprovação da lei. “Não posso dizer que houve essa intenção… A minoria tenha intenção nesse sentido. Não estou mais na justiça. Não sou afetado.”
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