Arte degenerada
“O discurso de Roberto Alvim, que em outra conjuntura mereceria o lixo dos fundos da História, é uma peça que deve ser ouvida, transcrita e estudada, como sintoma de um evento maior que precisa ser debatido com urgência e intensidade proporcional à agressão que representa”, diz Arnaldo Bloch...
“O discurso de Roberto Alvim, que em outra conjuntura mereceria o lixo dos fundos da História, é uma peça que deve ser ouvida, transcrita e estudada, como sintoma de um evento maior que precisa ser debatido com urgência e intensidade proporcional à agressão que representa”, diz Arnaldo Bloch, em O Globo.
“A ideia, ventilada por ele, de que o povo precisa ser salvo de uma ‘cultura doente’ (primeiro sintoma, ele diz, de uma doença social) ecoa claramente a noção nazista da ‘arte degenerada’, a ser expurgada. Parecido com o afã purificador que, em Berlim, incluiu até uma exposição de pinturas de grandes mestres modernos destinada a fomentar, no grande público, o horror a tudo que respirasse liberdade, crítica, transgressão, pluralidade.
A noção dos ‘mitos fundantes’ nacionais, mencionados por Alvim (como se não tivessem sido jamais visitados por nossas artes, no país de Oswald, de Mário e da Tropicália), em muito lembra os ideais evocados pelo Führer, de uma Alemanha calcada em raízes pátrias profundas, carreadas por uma linhagem que remontaria à Antiguidade Clássica.”
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