Joice: de líder do governo a inimiga de bolsonaristas
Joice Hasselmann começou o ano como a “Bolsonaro de saias” e terminou como uma verdadeira bomba-relógio para o presidente. Eleita deputada federal na onda bolsonarista, Joice nunca foi consenso entre colegas do PSL; no ano passado, protagonizou uma guerra declarada a Eduardo Bolsonaro e a...
Joice Hasselmann começou o ano como a “Bolsonaro de saias” e terminou como uma verdadeira bomba-relógio para o presidente.
Eleita deputada federal na onda bolsonarista, Joice nunca foi consenso entre colegas do PSL; no ano passado, protagonizou uma guerra declarada a Eduardo Bolsonaro e a outros parlamentares eleitos do partido.
Em fevereiro, foi escolhida líder do governo no Congresso por indicação de Rodrigo Maia. No PSL, foi a principal cabo eleitoral de Maia na disputa à reeleição na presidência da Câmara.
A principal tarefa da então líder era dar andamento à tramitação da proposta da reforma da Previdência.
Além de articuladora, atuou também como bombeira durante algumas crises.
Foi uma das responsáveis, por exemplo, por tentar negociar a permanência de Gustavo Bebianno no governo. E foi dela a iniciativa de intermediar a crise entre Maia e Sergio Moro, após troca de farpas entre os dois. Em razão disso, começou a ser chamada de Mulher-Maravilha em Brasília.
Em setembro, Jair Bolsonaro criticou Joice por estar com “um pé em cada canoa“, em referência à aproximação da deputada com o tucano João Doria.
Convencida a disputar a Prefeitura de São Paulo pelo PSL, Joice sofreu resistências dentro do próprio partido. Eduardo Bolsonaro, então presidente da legenda no estado, tentou atrapalhar os planos da deputada, como mostrou a Crusoé. Ele não conseguiu. Por fim, a legenda bateu o martelo e lançou a pré-candidatura da paranaense.
Em outubro, a liderança do PSL na Câmara foi alvo de disputa entre o grupo aliado de Jair Bolsonaro e o grupo aliado do presidente nacional da sigla, Luciano Bivar.
O grupo bolsonarista queria Eduardo como líder. Já os bivaristas apoiavam a manutenção da liderança com Delegado Waldir.
Joice assinou a lista de apoiadores do Delegado.
O gesto foi tratado por Bolsonaro como um sinal claro de que a deputada estava com “os dois pés na canoa” de Doria. Com isso, o presidente tirou Joice da liderança do governo no Congresso — e a partir daí a ex-aliada foi convertida em inimiga dos bolsonaristas.
Em meio à guerra interna no PSL, a militância mais radical se articulou no achincalhe virtual contra Joice, como revelado por O Antagonista.
Em grupos de WhatsApp, a deputada passou a ser qualificada como “porca”, “gorda” e outros termos ofensivos.
Nas redes, Eduardo incentivou as ofensas e pediu a seus seguidores para deixarem de seguir a “Peppa Pig”.
Joice, então, pediu a cassação de Eduardo por quebra de decoro.
Destituída da liderança, ela disse que havia ganhado “uma carta de alforria”: “Estou feliz da vida.”
Como mostrou O Antagonista, a deputada, na verdade, ficou inconsolável pela perda do status político.
Na CPMI das Fake News, ela acusou os bolsonaristas de promover linchamentos virtuais e bateu boca com a ex-amiga Carla Zambelli.
Joice a chamou de “burra“; Carla devolveu com um “louca”.
Tudo muito esclarecedor.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)