Planalto entra em campo para ‘jogar água’ na CPMI das Fake News
Nesta reta final do ano legislativo, o Planalto escalou interlocutores para tentar mudar a rota da CPMI das Fake News, prorrogada até abril de 2020. A ideia é tirar o foco da discussão sobre os ataques virtuais envolvendo bolsonaristas e concentrar os trabalhos em um debate mais técnico, pegando como gancho a recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de incluir, pela primeira vez...
Nesta reta final do ano legislativo, o Planalto escalou interlocutores para tentar mudar a rota da CPMI das Fake News, prorrogada até abril de 2020.
A ideia é tirar o foco da discussão sobre os ataques virtuais envolvendo bolsonaristas e concentrar os trabalhos em um debate mais técnico, pegando como gancho a recente decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de incluir, pela primeira vez, em minuta de resolução da corte a previsão de responsabilizar candidatos pelo compartilhamento de notícias falsas.
O Antagonista apurou que a intenção é que, após as oitivas dos deputados Alexandre Frota (PSDB), no mês passado, e de Joice Hasselmann (PSL), que já adiou duas vezes sua participação no colegiado, parlamentares não sejam mais convidados ou intimados a depor.
O argumento oficial será de que deputados e senadores já têm prerrogativa para falar durante as sessões, não sendo necessários, portanto, os depoimentos. Nos bastidores, porém, o que se busca é não dar palanque a narrativas contrárias à atuação de bolsonaristas na internet.
No trabalho de convencimento para “jogar água” na CPMI, os emissários do Planalto têm lembrado, por exemplo, que Frota e Joice não assinaram o requerimento de criação da comissão e só demonstraram interesse em participar dela depois de terem se descolado do governo de Jair Bolsonaro.
Outro ponto no intuito de mostrar que a proposta foi desvirtuada é o de que o próprio autor da comissão, deputado Alexandre Leite (DEM), não compõe o colegiado — algo provavelmente inédito no Parlamento.
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