Agamenon: Abalou na Balada
Assim como a gasolina do meu Dodge Dart 73, enferrujado, a Olimpíada acabou. Por isso mesmo, Isaura, a minha patroa, e eu saímos empurrando a nossa viatura-residência na direção de Brasília. A ideia é estacionar o nosso semovente lar na porta do Senado para descolar uns trocados cobrindo a cerimônia de Bota-Fora da quase ex-presidente Dilma Roskoff...
Assim como a gasolina do meu Dodge Dart 73, enferrujado, a Olimpíada acabou. Por isso mesmo, Isaura, a minha patroa, e eu saímos empurrando a nossa viatura-residência na direção de Brasília. A ideia é estacionar o nosso semovente lar na porta do Senado para descolar uns trocados cobrindo a cerimônia de Bota-Fora da quase ex-presidente Dilma Roskoff.
Na porta do Senado venderei churrasquinho no espeto e informações de cocheira para a Andréia Sadi, a repórter gostosa da Globo News. Enquanto isso, a Isaura, a minha patroa, vai ciceronear turistas, que não conhecem Brasília, em visitas a recantos aprazíveis de sua anatomia.
Infelizmente não poderei contar em detalhes para os meus 17 leitores e meio (isso, tem o anão que vai jogar basquete nos Jogos Paralímpicos) a minha escapada com o Usain Bolt e a delegação da Jamaica pela night carioca. A ética e o sigilo profissional me impedem de relatar que tudo começou quando Bolt soube das garotas de programa que eu tinha arrumado, na encolha, para o mitológico nadador americano Ryan Lochte. Bolt exigiu uma programação secreta exclusiva para ele e sua turma.
Os estrangeiros acham que o Brasil é uma esculhambação. Até aí nada de mais. O problema é que eles acham que as nossas mulheres são todas umas vagabundas, que ficam dando para qualquer um e, por isso mesmo, os gringos só querem saber de vir ao Brasil para fazer turismo sexual. Até aqui, também, nada de mais.
Insisto que o bom senso e o bom gosto, além do meu natural pundonor, não permitem qualquer relato de quando, para não queimar o filme das mulheres brasileiras, resolvi levar o Bolt e sua turma na boate All In (Tudo Dentro) na Barra da Tijuca. Assim que cheguei ao local com o Usain Bolt e a equipe da Jamaica, a segurança da casa, boçal e ignorante, chegou a chamar a polícia, pensando que se tratava de um arrastão. Felizmente consegui resolver a tempo aquele episódio lamentável e repugnante de racismo preconceituoso. Mas os meganhas acabaram levando a medalha de ouro do Bolt, porque o atleta não tinha como mostrar a nota fiscal comprovando a compra do objeto. Só assim pudemos adentrar a boate.
É uma pena que o meus 17 leitores e meio não ficarão sabendo que o meu amigo Usain enamorou-se de Jade, simpática e tímida criatura, ex-esposa de um traficante, na boate. Mas isso não é exatamente um problema para um recordista mundial de 100 metros rasos. Ao perceber a estonteante morena arrastando a asa e outras partes calipígias de sua anatomia, o velocista jamaicano queimou a largada e imediatamente rebocou a mina para a pista onde praticaram diversas modalidades olímpicas de duplo sentido e até mesmo o salto de triplo sentido carpado.
Não posso contar que o relacionamento foi muito súbito, durou exatamente 10 segundos e 58 centésimos. Insatisfeita com a performance do atleta, a moça confundiu um segmento protuberante da anatomia boltiana com um avantajado charuto de maconha jamaicana. Na mesma hora botou fogo na ponta e, em seguida, tragou o falso charo até o talo. Resultado: os dois foram parar no hospital com queimaduras de primeiro e segundo grau.
Sabedor das experiências do Mick Jagger, Bolt ficou grilado com o seu novo relacionamento. Mas relaxou depois de saber que a a moça é mãe de família: tem 14 anos e já tem dois filhos.
Agamenon Mendes Pedreira é humorista de 100 metros rasos
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