“EUA não fazem diplomacia de bastidor”, diz cientista político
O doutor em relações internacionais Ricardo Caldas, professor de ciência política da UnB, disse a O Antagonista que os Estados Unidos não fazem "diplomacia de bastidor"...
O doutor em relações internacionais Ricardo Caldas, professor de ciência política da UnB, disse a O Antagonista que os Estados Unidos não fazem “diplomacia de bastidor”.
Para ele, o governo americano não apoiar a entrada do Brasil na OCDE agora –e, sim, da Argentina e Romênia– não significa um “jogo duplo” de Donald Trump.
“No governo Temer nós apresentamos a candidatura à OCDE e naquele ano [2018], sim, ela foi barrada pelos EUA. Não havia sintonia entre o Brasil e Trump naquela época, ele não estava sensibilizado, era muito crítico ao Brasil e à América do Sul.”
“Agora, com a eleição de Bolsonaro e essa afinidade entre os presidentes, Trump defende [a entrada do Brasil na OCDE]. Seria um paradoxo se o presidente americano mudasse a posição no meio do jogo. Eles não fazem uma diplomacia de bastidor. Eles pensam e falam: gostou, gostou; não gostou, não gostou”, disse Caldas.
Questionamos se a imagem do Brasil, desgastada no exterior por causa da questão ambiental, pode ter esfriado a relação diplomática com os EUA. O professor respondeu:
“Não diria que o Brasil vive uma crise internacional, e, sim, teve uma exposição internacional negativa, que não ajudou o país […] A política internacional passa muito pela fulanização, infelizmente. Então, a divergência com a França, por exemplo, certamente não ajuda. Ganhou um inimigo, que se articula para evitar os avanços do Brasil nas negociações internacionais. Os EUA, sozinhos, não fazem tudo. Mesmo que queira [a entrada do Brasil na OCDE], não pode bater na mesa.”
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