Ministro do TCU que mandou suspender propaganda do pacote anticrime já foi alvo da Lava Jato
Em maio deste ano, Edson Fachin arquivou suspeitas de caixa dois em relação ao ex-senador e atual ministro do TCU, Vital do Rêgo, que mandou hoje suspender imediatamente a propaganda do pacote anticrime. A parte que envolve indícios de corrupção e lavagem de dinheiro foi remetida à Justiça Federal do Paraná...
Em maio deste ano, Edson Fachin arquivou suspeitas de caixa dois em relação ao ex-senador e atual ministro do TCU, Vital do Rêgo, que mandou hoje suspender imediatamente a propaganda do pacote anticrime.
A parte que envolve indícios de corrupção e lavagem de dinheiro foi remetida à Justiça Federal do Paraná.
O inquérito foi aberto em maio de 2016.
São muitos os fatos que envolvem Vital do Rêgo, alvo de mandado de busca e apreensão em operação da Lava Jato três anos atrás.
Em delação, o ex-senador petista Delcídio do Amaral disse que Vital pediu propina para impedir convocações de empreiteiros na CPMI da Petrobras, em 2014, quando o hoje ministro era senador e presidia a comissão — em dezembro daquele ano, a então presidente Dilma Rousseff o indicou para o TCU.
Léo Pinheiro e outros executivos da OAS confirmaram repasses.
Gustavo Xavier Barreto, da Andrade Gutierrez, também relatou que participou de um encontro com a presença de Vital em que ficou claro que a CPMI não poderia “prejudicar as empreiteiras”.
Raquel Dodge, ex-procuradora-geral da República, escreveu o seguinte em ofício ao STF:
“Registre-se que o repasse de valores espúrios a Vital do Rêgo, travestido de doação eleitoral oficial, foi usado para camuflar a real intenção das partes, tratando-se de nítido negócio simulado para encobrir a formalidade de transferência de recurso, que não era outro senão adimplir a vantagem indevida e viabilizar a blindagem da convocação dos executivos à CPI da Petrobras. Com efeito, a doação oficial em tais casos pode configurar mecanismo de dissimulação para a o repasse de dinheiro ilícito, fruto de corrupção, o que caracteriza o delito de lavagem de capitais. A Justiça Eleitoral foi apenas o instrumento utilizado para o fim de dissimular a origem espúria e criminosa.”
Depoimentos indicam pagamentos de 3 milhões de reais a Vital por meio de celebração de contratos fictícios. Por meio de doação oficial, o chamado caixa um, ele teria recebido mais 1 milhão de reais.
O ministro nega tudo.
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