Canonização é cerimônia religiosa, não evento político
A canonização da primeira santa nascida no Brasil, Irmã Dulce, é um ato puramente religioso, sem qualquer relação com questões institucionais envolvendo Brasil e Santa Sé. A comitiva oficial que está sendo formada na Câmara para acompanhar a cerimônia no Vaticano, no próximo domingo, com dinheiro público, não faz sentido...
A canonização da primeira santa nascida no Brasil, Irmã Dulce, é um ato puramente religioso, sem qualquer relação com questões institucionais envolvendo Brasil e Santa Sé.
A comitiva oficial que está sendo formada na Câmara para acompanhar a cerimônia no Vaticano, no próximo domingo, com dinheiro público, não faz sentido.
Se fosse uma cerimônia relacionada ao Estado do Vaticano — por exemplo, a posse de um novo papa, que é chefe de Estado –, talvez se justificasse uma representação oficial. Mas a canonização é um ato estritamente religioso, um ato da fé católica apostólica romana.
O cardeal brasileiro dom Raimundo Damasceno, ex-presidente da CNBB, disse a O Antagonista, como registramos há pouco aqui, ser evidente que o custeio da comitiva deveria ser pessoal.
Um outro religioso afirmou, em reservado, que esta seria uma boa oportunidade para o Estado demonstrar uma “sadia laicidade”. Ele acrescentou que, além disso, há uma contradição no uso do dinheiro público para a canonização de uma mulher que viveu para os pobres.
“É um abuso. Irmã Dulce é a santa dos pobres. Por que os deputados não viajam por conta própria e fazem uma vaquinha para as obras de caridade da Irmã Dulce? Sem contar que até comunista virou devoto de santa católica.”
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