Em entrevista à Rádio Jovem Pan, Michel Temer disse que trabalhou, nos bastidores, para que o impeachment de Dilma Rousseff fosse evitado.

O ex-presidente, que assumiu o Planalto após a deposição da petista, também afirmou que o impeachment foi “um trauma” para o Brasil.

“Não só não fui favorável [ao impeachment] como confesso que cheguei a trabalhar, muito discretamente, pela inexistência do impeachment. Porque eu tenho, mais do que nunca, a visão absoluta de que qualquer impedimento presidencial é um trauma para o país. Como foi. Eu devo dizer que foi um trauma”, afirmou Temer.

Ele também disse que tentou se manter afastado das discussões sobre o impedimento de Dilma no Congresso. “Até por uma razão singela: o vice é sempre o primeiro suspeito. Então, eu fiquei aqui [em São Paulo]. Só voltei para Brasília três dias antes da votação na Câmara dos Deputados. Portanto, em nenhum momento cuidei desta questão do impedimento”, disse.

“[Recebi] Um telefonema do ex-presidente Lula para mim que tentava fazer com que o MDB não apoiasse o impeachment. E tive conversas com ele nessa direção. Jamais trabalhei pelo impeachment. O impeachment veio e aí, evidentemente, em razão do texto constitucional, assume o vice-presidente, e foi o que aconteceu.”