Agamenon: “Supremo Tribunal de Frango”
O Egrégio Tribunal parece um time de futebol: são 11 em campo. A diferença é que, além de jogar, também são 11 juízes apitando. É sem chance, a gente nunca vai ganhar uma. E olha que são 11 contra 210 milhões de brasileiros. É covardia, assim não vale. Cada voto de ministro do Supremo corresponde ao voto de 19 milhões, 990 mil e noventa centavos de brasileiros!...
O Egrégio Tribunal parece um time de futebol: são 11 em campo. A diferença é que, além de jogar, também são 11 juízes apitando. É sem chance, a gente nunca vai ganhar uma. E olha que são 11 contra 210 milhões de brasileiros. É covardia, assim não vale. Cada voto de ministro do Supremo corresponde ao voto de 19 milhões, 990 mil e noventa centavos de brasileiros!
Outra diferença é que um time de futebol tem, no máximo, um técnico, um preparador físico e um massagista. No STF, além dos capinhas, cada um tem 400 assessores, 20 motoristas, 10 ascensoristas, 80 secretárias, psicólogos, garçons, terapeutas, nutricionistas, lagostas, sommeliers, professores de yoga e agentes de viagem. Juiz do Supremo viaja muito na maionese. Mas só de primeira classe. E com a esposa.
Além disso. The Supremes têm, cada um, uns 200 funcionários pra trabalhar pra eles. Sem falar os que estão no banco. Não sei se o banco é aqui ou na Suíça.
Aliás, é nas patroas que o bicho (e na Receita Federal) está pegando. A “malha fina” descobriu que algumas supremas esposas de ministros têm faturado uma grana de responsa, tudo por fora (e por dentro também…), sem explicação. Os ministros ficaram grilados e um cheiro de chifre queimado toma conta do plenário. Pois é, tem Justiça e ministro que é cego…
Depois do advento da TV Justiça, transmitindo ao vivo os julgamentos e cada ministro proferindo seus votos longuíssimos, fica muito fácil para o padeiro, o leiteiro e o rapaz da TV a cabo fazerem “o serviço” sem correr o risco de serem pegos no flagrante delito. Data muitíssima vênia.
Pelo sim pelo não, o presidente do STF já mandou trocar a frota de automóveis oficiais por carros conversíveis sem capota, mas blindados. Agora entendo por que o STF fica em Brasília: é que na Capital Fuderal não tem túnel, os juízes podem circular à vontade.
Vejam bem, não sou contra o STF, muito pelo contrário. Sem o Judiciário, a Democracia não funciona. O problema é que, para ser do Supremo no Brasil, o sujeito não precisa nem ser formado em direito. Basta ser formado em direita ou esquerda, além, é claro, de possuir notória ignorância jurídica. O Fodias Toffoli, por exemplo, nunca passou em concurso para juiz de comarca. Nem colando.
O fato é que a Maxim’s Corte, através de uma chicana, resolveu soltar o ex-presidente da Preçobras, Aldemir Bandidine. Os juízes chegaram à conclusão de que Bandidini roubou pouco e por isso tem direito a uma segunda chance.
Gilmar Mentes, Ricardo Lewandouísque, Carmen Murcha e Fodias Toffoli resolveram resolver, de uma vez por todas, a terrível superpopulação carcerária e soltar todos os criminosos do Brasil. A ideia é moralizar o Judiciário. Assim, nossos presídios vão ficar com espaço para receber alguns membros do Excelso Sodalício que têm o rabo preso.
Evidentemente, as cadeias teriam que ser reformadas, transformadas em presídios 5 estrelas e com direito à saidinha para Portugal.
Eu, Agamenon Mendes Pedreira, com a minha notória ignorância jurídica, afirmo: a galera da Suprema Corte acha que é super-herói da Marvel só porque usa capinha. Mas eles estão por fora: super-herói não tem mais capa e tem que ter sucesso de público. O STF só tem sucesso no privado. Ou melhor, na iniciativa privada. Mas, em compensação, como não trabalham muito, têm direito a dois meses de férias.
Agamenon Mendes Pedreira é humorista da Marvel
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)