A armadilha Intercept
A Folha de S. Paulo tirou as mensagens roubadas de seu contexto. Uma lista com dezenas de políticos foi encontrada na casa de um diretor da Odebrecht e vazada para a imprensa. Sergio Moro temia que esse vazamento aloprado fosse atribuído a ele e que isso acabasse facilitando o golpe no STF e no CNJ para tomar-lhe todos os processos...
A Folha de S. Paulo tirou as mensagens roubadas de seu contexto.
Uma lista com dezenas de políticos foi encontrada na casa de um diretor da Odebrecht e vazada para a imprensa. Sergio Moro temia que esse vazamento aloprado fosse atribuído a ele e que isso acabasse facilitando o golpe no STF e no CNJ para tomar-lhe todos os processos.
Como disse Deltan Dallagnol, num de seus diálogos, “o receio é que isso seja usado pelo STF contra a operação e contra o Moro”.
O receio era mais do que justificado.
Três dias depois da conversa entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, O Antagonista suspeitou que o vazamento da lista fosse uma manobra semelhante à “armadilha Bisol”.
Releia aqui:
O Antagonista alertou em julho do ano passado para uma das mensagens mais intrigantes encontradas pela Lava Jato no celular de Marcelo Odebrecht.
A frase “Armadilha Bisol/contra-infos” sugeria a reedição por MO de uma estratégia usada na década de noventa para engavetar outra investigação contra a empreiteira.
A “superplanilha” parece se encaixar perfeitamente no plano de MO, sendo deixada na casa de um de seus principais executivos para ser encontrada pela Polícia Federal.
Revejam o post:
Armadilha Bisol
Brasil 21.07.15 06:27
“Armadilha Bisol/contra-infos. RA? EA/Veja?”.
Essa mensagem de Marcelo Odebrecht que a PF encontrou em seu telefone celular tem uma história que precisa ser revista.
Em 1993, a PF apreendeu 18 caixas de documentos na casa de um diretor da Odebrecht.
Segundo os investigadores, os documentos indicavam “a existência de um cartel das grandes empreiteiras para fraudar as licitações de obras públicas”. Os documentos indicavam também que a Odebrecht havia distribuído propina a dezenas de parlamentares.
José Paulo Bisol, relator da CPI das Empreiteiras e candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 1989, passou à Veja uma lista com mais de 200 políticos que, segundo os documentos da Odebrecht, teriam recebido presentes.
Tratava-se de uma armadilha: a armadilha Bisol.
Na realidade, muitos dos parlamentares citados haviam recebido apenas brindes da empreiteira, como calendários e agendas. Quando José Paulo Bisol misturou os corruptos aos inocentes, os corruptos foram inocentados.
A CPI das Empreiteiras, desmoralizada, foi arquivada. E a Odebrecht continuou com seu cartel e com seus pagamentos aos políticos.
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