O Comentarista: A ‘meta aberta’ do Brexit
Theresa May anunciou nesta sexta (24) que vai renunciar. Na raiz do problema está o fato de que o referendo do Brexit foi pensado para dar "ficar" - e não havia plano anterior para o que fazer em caso de "sair"...
Theresa May anunciou nesta sexta (24) que vai renunciar. Ela deixa a liderança do Partido Conservador no próximo dia 7, e ficará como primeira-ministra apenas até uma nova liderança ser eleita.
Seu principal problema no cargo foi o Brexit. Ela ofereceu ao Parlamento três votações de um acordo de divórcio com a União Europeia, e perdeu todas. Antes da terceira, chegou a anunciar que renunciaria se o acordo passasse. Não passou, e ela renunciou do mesmo jeito.
Na raiz do problema está o fato de que o referendo do Brexit foi pensado para dar “ficar” – e não havia plano anterior para o que fazer em caso de “sair”. Entenda.
1. A promessa de Cameron
Em janeiro de 2013, o então primeiro-ministro David Cameron fez uma promessa de campanha: realizaria um referendo sobre o Brexit caso os conservadores vencessem a próxima eleição (em 2015). Ele próprio, porém, deixou claro que faria campanha para o Reino Unido ficar na União Europeia.
A promessa era de que o referendo seria realizado até o fim de 2017. Ela foi reiterada no programa do Partido Conservador para a eleição de 2015.
Uma das ideias era atrair os votos dos eleitores eurocéticos, aqueles mais críticos à UE. Deu certo. Os conservadores aumentaram sua presença de 306 para 330 deputados. Dessa forma, não precisariam mais fazer uma coalizão com os liberais-democratas para formar maioria.
Chegou então a hora de pagar a conta, ou seja, cumprir a promessa: fazer o referendo.
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