O desarmamento da Folha de S. Paulo
A Folha de S. Paulo, ao contrário de Nicolás Maduro, finalmente reconheceu o governo de Michel Temer:“O impeachment não foi, na opinião deste jornal, a melhor resolução do impasse que paralisava o país havia meses...
A Folha de S. Paulo, ao contrário de Nicolás Maduro, finalmente reconheceu o governo de Michel Temer:
“O impeachment não foi, na opinião deste jornal, a melhor resolução do impasse que paralisava o país havia meses (…)
O impeachment é um juízo jurídico-político; foi este último aspecto que prevaleceu. Pelo descalabro econômico, pela profusão de escândalos comandados pelo PT, sobretudo pela perda de toda capacidade governativa, o afastamento de Dilma Rousseff surgia como pré-requisito de uma recuperação urgente.
Deixa um rastro, porém, de inconformismo numa minoria expressiva (cerca de 25% da população) que o considera ilegítimo. E propiciou a ascensão de um presidente experimentado, mas sem respaldo popular, que executará um programa em muitos aspectos oposto ao conto de fadas que o eleitorado sufragou em 2014.
Por esses motivos, esta Folha teria preferido que a conjuntura dramática forçasse a chapa então eleita a renunciar — ou o Superior Tribunal Eleitoral a invalidar sua eleição, caso se comprovem os indícios de financiamento delituoso da campanha (…)
Pela Constituição, no entanto, Michel Temer é o presidente interino e deve ser respeitado como tal. Seu governo decepciona pela composição em tantos casos medíocre, mas abriga uma equipe econômica competente que anuncia diretrizes corretas e inadiáveis.
Há algo de pendular nessas mudanças; o governo Temer deveria evitar que a lógica da polaridade o levasse a um rumo demasiado conservador, que o distancie do centro político, preferência constante da maioria do eleitorado.
Seu objetivo maior, além de recuperar a economia, deveria ser desarmar espíritos na sociedade”.
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