A semana da anti-reforma da Previdência
A reforma da Previdência não só não andou, como empacou na Câmara nesta semana. O Antagonista elenca alguns fatos que embaralharam o cenário...
A reforma da Previdência não só não andou, como empacou na Câmara nesta semana.
O Antagonista elenca alguns fatos que embaralharam o cenário:
— A equipe econômica apresentou a proposta de aposentadoria dos militares. A ideia de reestruturar a carreira junto com a reforma não foi bem recebida entre os deputados.
— Diante da insatisfação de líderes partidários com o texto dos militares, o presidente da CCJ, Felipe Francischini, adiou a escolha do relator — partidos não quiseram indicar candidatos à função.
— Felipe Francischini se queixou da articulação política do governo, questionou o real interesse do Planalto em aprovar a reforma e reconheceu que a tramitação na comissão vai atrasar.
— Rodrigo Maia e Sergio Moro se estranharam depois que o presidente da Câmara disse que a tramitação do pacote anticrime ficará para depois da reforma da Previdência.
— Carlos Bolsonaro, filho do presidente, voltou às redes sociais para alfinetar Rodrigo Maia, que ameaçou não mais ajudar na articulação para aprovar a reforma da Previdência.
— Líderes de partidos saíram em defesa de Rodrigo Maia e argumentaram que o presidente da Câmara não pode fazer o papel do governo de buscar votos para aprovar a reforma.
— Coordenadores das bancadas dos estados recusaram a oferta de cargos federais. Os relatos são de que o governo pede que as indicações sejam assinadas por deputados, que interpretaram a exigência como um comprometimento em votar a reforma da Previdência.
— Enquanto isso, o PSL continuou sendo o único partido da base do governo (e com ressalvas). No PR, por exemplo, Valdemar Costa Neto tirou o deputado baiano José Rocha da liderança, depois que ele aceitou o cargo de vice-líder do governo no Congresso.
— Continuaram as críticas públicas, inclusive de partidos favoráveis à reforma, a diversos pontos da proposta da equipe econômica de Jair Bolsonaro, principalmente em relação ao chamado BPC e à aposentadoria rural.
— PDT de Ciro Gomes fechou questão contra a reforma da Previdência. Orientados pelo presidiário Lula, PT e centrais sindicais iniciaram protestos nas ruas contra as mudanças nas regras de aposentadoria.
— Nas redes sociais, Jair Bolsonaro e seus filhos tentaram emplacar a hashtag #EuApoioNovaPrevidencia, aumentaram o número de postagens sobre o tema, mas a repercussão ainda não foi a esperada pela equipe econômica.
— Não bastasse, líderes de partidos intensificaram as queixas em relação à articulação política de uma maneira geral. Reclamam que não sabem a quem recorrer para negociar a tramitação da reforma — alguns desconhecem o ministro-chefe da Secretaria de Governo, o general Carlos Alberto Santos Cruz. Representantes do governo rebatem as críticas, alegando que, na verdade, o Parlamento estava mal acostumado com o “toma lá, dá cá”. Deputados, porém, garantem que não existe o mínimo de diálogo.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)