“Chega um ponto em que a verdade dos fatos não passa nem sequer na esquina do fórum”
Selma Arruda, do PSL do Mato Grosso, chegou ao Senado após 22 anos como juíza no estado, atuando, principalmente, no combate a crimes contra a administração pública. Ela é uma das responsáveis, por exemplo, por mandar para cadeia o ex-governador Silval Barbosa...
Selma Arruda, do PSL do Mato Grosso, chegou ao Senado após 22 anos como juíza no estado, atuando, principalmente, no combate a crimes contra a administração pública. Ela é uma das responsáveis, por exemplo, por mandar para cadeia o ex-governador Silval Barbosa, acusado de desviar bilhões de reais.
Não à toa, Selma precisou viver escoltada durante um bom tempo. No ano passado, decidiu “chutar o balde”, como ela mesma define. Aposentou-se e trocou a magistratura pela política, o que suscitou comparações de sua trajetória com a de Sergio Moro.
“O trabalho de juíza já tinha ficado um pouco decepcionante. Chega um ponto em que a verdade dos fatos não passa nem sequer na esquina do fórum. E você sabe disso. É frustrante. Você trabalha muito e produz pouco. Trabalha, trabalha e trabalha para nada. Surge um abismo entre o processo e o mundo real”, comentou, em conversa com O Antagonista, a senadora mais bem votada no estado, com 24% dos votos válidos.
A decisão de se candidatar coincidiu com o período em que o Comando Vermelho estava aterrorizando em Cuiabá. Selma topou o desafio e, agora no Congresso, pretende contribuir para aprimorar a segurança pública e combater a corrupção e a lavagem de dinheiro.
“Ou eu ficava sentada reclamando, ou levantava e tentava fazer algo diferente.”
A ex-juíza acrescentou que, no início da legislatura, não vai ficar apresentando projetos “para aparecer”. Com vaga de titular garantida na CCJ, prefere, por enquanto, aguardar a chegada das reformas ao Congresso, para “ajudar o governo” a aprová-las.
“Primeiro, a reforma da Previdência e o pacote anticrime. Depois, teremos de fazer as [reformas] tributária, administrativa. Há muita coisa estruturante para fazer”, detalhou.
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