Vale admite que pagou 1,8 bi por tecnologia que está em ‘fase de testes’ há 10 anos
Na semana passada, O Antagonista mostrou que a Vale pagou meio bilhão de dólares - ou R 1,8 bilhão - na compra da New Steel, uma empresa não-operacional. Ao justificar para o mercado o valor astronômico da operação, a companhia alegou que a empresa detém patente, registrada em 57 países, de uma tecnologia revolucionária de beneficiamento de rejeitos minerários. Mas ao ser consultada pelo CADE...
Na semana passada, O Antagonista mostrou que a Vale pagou meio bilhão de dólares – ou R 1,8 bilhão – na compra da New Steel, uma empresa não-operacional.
Ao justificar para o mercado o valor astronômico da operação, a companhia alegou que a empresa detém patente, registrada em 57 países, de uma tecnologia revolucionária de beneficiamento de rejeitos minerários.
Mas ao ser consultada pelo CADE sobre uma possível monopolização do mercado, a Vale contou uma história diferente: disse que não se trata de uma tecnologia propriamente nova, muito menos “disruptiva”.
“Além do fato de tal tecnologia representar apenas uma da técnicas atualmente empregadas no beneficiamento de minérios, tais como peneiramento, jigagem, separação magnética, flotação etc, a separação magnética, principal tecnologia utilizada no processo da New Steel, é um processo conhecido pelo mercado de mineração há mais de 50 anos, sendo que a tecnologia detida pela New Steel (que utilizada a separação magnética como uma de suas técnicas, combinando-a com outras, tais como injeção de ar quente, agitação mecânica, eixos com pás), objeto desta operação, já está presente no mercado há cerca de 10 anos em fase de testes, ou seja já estava disponível para eventuais interessados em sua aquisição.”
Antes da Vale, a New Steel tentou, sem sucesso, emplacar sua tecnologia em outras empresas, como a MMX, na época de Eike Baptista. Até agora, Fábio Schwartzman tem mantido silêncio sobre o tema.
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