O PT faz mal à saúde democrática
Um dos aspectos deletérios da existência de um partido como o PT é que milhões de cidadãos são obrigados a fazer o que se convencionou chamar de "voto útil" nas esferas municipal e estadual, sempre tendo em vista o plano nacional -- votar numa agremiação, em geral o PSDB, apenas porque ela impedirá o PT de chegar ao poder ou de conquistar mais poder...
Um dos aspectos deletérios da existência de um partido como o PT é que milhões de cidadãos são obrigados a fazer o que se convencionou chamar de “voto útil” nas esferas municipal e estadual, sempre tendo em vista o plano nacional — votar numa agremiação, em geral o PSDB, apenas porque ela impedirá o PT de chegar ao poder ou de conquistar mais poder.
O caso de São Paulo é flagrante. Boa parte dos eleitores do governador Geraldo Alckmin o escolheu apenas para não ter um petista no lugar dele. E fezbem. No entanto, quando se analisa a gestão Alckmin, a avaliação é, com muita generosidade, regular. Em alguns quesitos, como transporte, ela é francamente ruim. A construção de novas linhas de metrô é uma bagunça, o canteiro da linha de trem para o aeroporto internacional da capital está às moscas e o tal do monotrilho voltou a ser interrompido, entre outros problemas.
Alguém poderia perguntar se há alternativa. Não, no atual quadro não há — e eis outro aspecto deletério da existência de um partido como o PT. Ele não só transformou o PSDB no seu antípoda, como alimenta as agremiações aliadas com o fisiologismo mais repulsivo. Os tucanos, por sua vez, aproveitam-se dessa polarização para não deixar crescer outros partidos à sua sombra. O DEM derreteu e o PPS mantém-se raquítico. Por isso mesmo, o PSDB teme o fim do PT. Petistas e tucanos vivem uns para os outros. Estão umbilicalmente ligados.
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