Inflação despenca na Argentina, a maior queda em décadas
Queda histórica: índice anual caiu 93,6 pontos percentuais em relação a 2023
A Argentina encerrou 2024 com uma taxa de inflação de 117,8%, uma redução histórica em relação aos 211,4% registrados no ano anterior.
O número, divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) nesta terça-feira, 14, reflete a primeira desaceleração consistente do índice em quase uma década e é uma vitória política para o presidente Javier Milei, que assumiu a Casa Rosada em dezembro de 2023 prometendo controlar a inflação descontrolada.
Entre as medidas mais impactantes adotadas pelo governo Milei, destaca-se a austeridade fiscal. O presidente reduziu o número de ministérios pela metade, suspendeu a maioria das obras públicas e cortou repasses para saúde, educação e províncias.
Apesar de controversas, as ações começaram a produzir resultados econômicos concretos já no terceiro trimestre de 2024, quando o país saiu da recessão, registrando um crescimento de 3,9% no PIB.
Em dezembro, a inflação mensal foi de 2,7%, um aumento discreto de 0,3 ponto percentual em relação a novembro. Setores como habitação, água, eletricidade e gás foram os principais responsáveis pelo índice do mês, com altas de até 5,3%. Já segmentos como equipamentos domésticos e vestuário tiveram variações mínimas, consolidando um alívio para os consumidores.
A redução na taxa básica de juros pelo Banco Central, de 35% para 32%, reforçou a confiança nos mercados. “As expectativas de baixa inflação se consolidaram”, afirmou a entidade em comunicado.
Embora a austeridade tenha sido criticada por reduzir investimentos em setores estratégicos, os resultados não podem ser ignorados. Além da inflação em queda, o consumo interno voltou a crescer, puxado por setores como agricultura e mineração, que registraram avanços de 13,2% e 6,6%, respectivamente.
Para Javier Milei, os números representam um marco: “Estamos virando a página de décadas de descontrole econômico”, disse o presidente em pronunciamento. Apesar disso, analistas alertam que a sustentabilidade dessas políticas dependerá de ajustes contínuos e de um equilíbrio entre contenção fiscal e estímulo ao crescimento.
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