Contragolpe: Irmã de militar preso tentou entregar cartão de memória na caixa de panetone
PF abriu inquérito para apurar o caso. Dhebora Bezerra de Azevedo deve responder por facilitar acesso não autorizado a meios de comunicação ao detido
Dhebora Bezerra de Azevedo, irmã do tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo, que está preso no contexto do inquérito que apura suposta tentativa de golpe de Estado, tornou-se alvo de indiciamento da Polícia Federal após tentar acessar o Batalhão de Polícia do Exército em Brasília, onde o irmão se encontra detido, carregando um fone de ouvido, um cabo USB e um cartão de memória.
Os objetos estavam guardados em uma caixa de panetone lacrada e foram descobertos após o disparo do alarme do detector de metais.
Ela deve responder por facilitar o acesso não autorizado a meios de comunicação ao detido. A pena prevista pode variar de três meses a um ano de detenção.
Depoimento à PF
Durante o depoimento à Polícia Federal, Dhebora alegou que agiu por conta própria, sem a autorização prévia do irmão.
Ela afirmou que, antes de visitar o tenente-coronel, fez uma parada na Feira dos Importados, em Brasília, onde comprou os itens.
A irmã esclareceu que o cartão de memória continha músicas do gênero gospel, forró e músicas nacionais, sem nenhum áudio de terceiros ou documentos.
Fato noticiado a Moraes
O fato, que ocorreu em 28 de dezembro, foi comunicado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pelo General Ricardo Piai Carmona, comandante militar do Planalto. Em 30 de dezembro, Moraes determinou a suspensão das visitas ao militar.
Por volta das 14h15 no dia da visita, Dhebora estava carregando uma caixa de panetone lacrada para entregar ao irmão. Quando a caixa passou pelo detector de metais, ele disparou, e Dhebora informou aos militares sobre a presença do fone de ouvido. Os itens foram apreendidos, ela não pôde mais realizar a visita e assinou um termo de apreensão.
“Familia abalada”
“É sabido que uma prisão de uma pessoa desestabiliza toda a família. Esse é o caso típico de desespero de uma irmã mas não configura crime. A legislação diz que configura crime o ingresso ou tentativa de ingressar em unidade prisional com aparelho telefônico. Não era celular, era um fone /de ouvido com cartão de memória com 57 músicas”, afirmou o advogado da família, Jeffrey Chiquini, ao jornal Valor Ecônomico.
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