Buraco negro supermassivo surpreende com fenômeno inédito
Fenômeno raro é registrado pela primeira vez em tempo real e abre novas perspectivas sobre o universo
Astrônomos observaram pela primeira vez na história o momento exato em que um buraco negro supermassivo entrou em atividade.
O evento ocorreu na galáxia 1ES 1927+654, localizada a cerca de 236 milhões de anos-luz da Terra, e revelou detalhes surpreendentes sobre o comportamento extremo dessas misteriosas estruturas cósmicas.
Em 2018, cientistas notaram que a galáxia apresentou um aumento abrupto de brilho, ficando 100 vezes mais luminosa por um curto período antes de escurecer novamente. Esse fenômeno foi associado a um “evento de ruptura por maré”, que acontece quando um objeto muito massivo – como uma estrela – chega perto demais do buraco negro. A gravidade intensa é capaz de destruir completamente o objeto, espalhando seu material ao redor.
Logo após esse evento, algo ainda mais surpreendente aconteceu. A galáxia, conhecida por ser relativamente calma, começou a emitir radiação em várias faixas de luz, como raios-X e ondas de rádio, indicando que o buraco negro estava entrando em um novo ciclo de atividade. Em 2023, jatos de energia, visíveis em ondas de rádio, foram lançados a velocidades próximas a 30% da velocidade da luz.
O que tudo isso significa? Quando um buraco negro “se alimenta” do material de uma estrela destruída, ele cria um disco de gás e poeira em altíssima velocidade ao redor de si. Essa movimentação gera energia intensa, que pode ser lançada em forma de jatos extremamente poderosos, viajando a distâncias inimagináveis.
Além disso, observações em raios-X indicaram mudanças periódicas no brilho, o que levou os cientistas a cogitar a existência de um objeto compacto – como uma estrela de nêutrons ou uma anã branca – orbitando o buraco negro. Essa interação entre os dois corpos poderia estar gerando as oscilações vistas.
Esse registro inédito oferece aos cientistas uma rara oportunidade de estudar, em tempo real, como buracos negros supermassivos se “ligam” e começam a emitir energia. Até agora, esses fenômenos eram apenas observados em galáxias distantes, onde os detalhes não podiam ser analisados com precisão.
A ativação do buraco negro na galáxia 1ES 1927+654 não só confirma teorias sobre como esses gigantes cósmicos funcionam, mas também inaugura uma nova era de descobertas. Os astrônomos seguirão monitorando a galáxia para entender melhor as forças extremas que regem os buracos negros e o impacto que eles têm no universo.
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