Ambientalista questiona alarmismo climático e trilhões em políticas ineficazes
Dados mostram que inovação tecnológica é mais eficiente que transferências financeiras massivas
Bjørn Lomborg, presidente do Copenhagen Consensus e autor do livro Alarme Falso, questiona o impacto real do alarmismo climático nas políticas públicas e no cotidiano das pessoas.
Durante a COP29 e em outras ocasiões, ele reforçou que o medo exacerbado não só leva a decisões políticas ineficazes, como também prejudica a saúde mental e desvia recursos de problemas globais urgentes.
Lomborg destaca que, embora as mudanças climáticas sejam uma preocupação legítima, seus impactos, quando contextualizados, não justificam a narrativa apocalíptica que domina o debate público.
Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as consequências projetadas para o aumento de temperatura podem resultar em uma redução de 0,2% a 2% na renda global até 2070. Para colocar isso em perspectiva, mesmo com esse impacto, cada pessoa será, em média, 356% mais rica do que hoje, ao invés de 363%, caso o clima permanecesse inalterado.
O ambientalista critica os custos desproporcionais das políticas climáticas atuais. Ele menciona que, para atingir a neutralidade de carbono até 2050, um país como a Nova Zelândia teria de gastar o equivalente a 16% de seu PIB por ano, um valor que pesa diretamente na qualidade de vida da população. E o retorno climático dessa medida seria marginal: a redução projetada no aquecimento seria de apenas 0,002°C até o final do século.
Lomborg também rebate a ideia de que os esforços das nações ricas por si só podem alterar significativamente a trajetória climática. Mesmo se os países ricos zerassem suas emissões imediatamente, a redução no aumento de temperatura global seria de apenas 0,4°C até 2100.
Isso porque três quartos das emissões do século XXI virão de países em desenvolvimento. Ele argumenta que convencer essas nações a adotar práticas sustentáveis requer soluções viáveis, como o barateamento de tecnologias verdes.
O ambientalista critica o alarmismo por causar ansiedade, especialmente entre jovens, que se perguntam se ainda vale a pena estudar ou planejar o futuro em meio a previsões catastróficas. Uma pesquisa da YouGov revelou que quase metade da população mundial acredita que as mudanças climáticas podem acabar com a humanidade, uma percepção que Lomborg considera infundada e contraproducente.
Segundo ele, a solução não está em trilhões gastos em políticas ineficazes, mas em inovação. Se fontes de energia limpa se tornarem mais baratas do que os combustíveis fósseis, países em desenvolvimento, como China, Índia e nações africanas, migrarão naturalmente para alternativas mais sustentáveis.
Lomborg propõe investir em pesquisa tecnológica, algo que ele compara a um “atalho inteligente” que pode resolver o problema climático de forma mais prática e econômica.
O alarmismo climático, afirma ele, também desvia a atenção de problemas mais imediatos, como pandemias, fome e acesso a serviços básicos. Com menos recursos destinados ao pânico, seria possível salvar milhões de vidas investindo em saneamento básico e saúde pública.
O dinamarquês ressalta que cada dólar bem aplicado em infraestrutura básica e inovação tem potencial para gerar impactos positivos muito maiores do que políticas climáticas mal desenhadas.
Ao rejeitar tanto a negação quanto o pânico, Lomborg propõe um caminho baseado em dados, inovação e pragmatismo. Para ele, enfrentar as mudanças climáticas é possível, mas isso exige abandonar narrativas alarmistas e adotar uma abordagem que maximize os benefícios e minimize os custos para toda a humanidade.
Quem é Bjørn Lomborg
Bjørn Lomborg é um ambientalista dinamarquês, autor de obras como O Ambientalista Cético e Alarme Falso, que ganharam destaque mundial por questionarem políticas climáticas baseadas no alarmismo.
Formado em ciência política, ele é fundador do Copenhagen Consensus, uma organização que avalia soluções globais com base em custo-benefício, reunindo economistas de renome, incluindo ganhadores do Prêmio Nobel.
Lomborg é também professor visitante na Copenhagen Business School e no Hoover Institution, da Universidade de Stanford. Além de sua atuação no debate público, Lomborg se destaca como um defensor das liberdades individuais.
Sua abordagem pragmática e sua defesa de políticas baseadas em evidências desafiam o consenso político em relação às mudanças climáticas.
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