Kremlin reage à ameaça de Trump de anexar a Groenlândia
"Estamos acompanhando de perto esse desenvolvimento dramático da situação", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na quinta-feira, 9 de janeiro
As ameaças de anexação de Trump contra a Groenlândia provocaram indignação no Kremlin. O Ártico é de interesse nacional para Moscou. O porta-voz do Kremlin, Peskov, sugere questionar a população da Groenlândia.
O governo russo disse que está acompanhando de perto as ameaças feitas pelo futuro presidente dos EUA, Donald Trump, em relação à Groenlândia:
“Estamos acompanhando de perto esse desenvolvimento dramático da situação”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na quinta-feira, 9 de janeiro. “Graças a Deus” até agora são apenas “anúncios”.
O Ártico é uma área de interesse nacional para a Rússia, enfatizou Peskov: “Estamos presentes lá e continuaremos assim”.
O porta-voz do Kremlin sugeriu que se perguntasse ao povo da Groenlândia a qual país eles gostariam de pertencer, referindo-se às regiões no leste da Ucrânia que a Rússia declarou anexadas em 2022 e onde Moscou realizou referendos que atraíram críticas internacionais.
Ele exigiu que as opiniões dos groenlandeses recebessem o mesmo “respeito”. Os estados ocidentais e a Ucrânia consideram ilegal a anexação das quatro regiões ucranianas.
Na terça-feira, 7 de janeiro, Trump reiterou sua ameaça de anexar a Groenlândia, rica em recursos, insinuando que não descartaria uma ação militar. Ele também ameaçou a Dinamarca com altas tarifas se o país não desistisse da região autônoma dinamarquesa.
A riqueza mineral da Groenlândia
Um recente mapeamento das riquezas minerais da Groenlândia, publicado em meados de 2023 pelo Geological Survey of Denmark and Greenland, estimou que o território de 400 mil km2 da ilha atualmente não cobertos por gelo possui depósitos moderados ou altos de 38 minerais da lista de materiais críticos elaborada pela Comissão Europeia.
Além de aparentes altas concentrações de cobre, grafite, nióbio, titânio e ródio, estariam ali também grandes depósitos das chamadas terras raras, como o neodymium e o praseodymium, cujas características magnéticas peculiares os tornam fundamentais na fabricação de motores de veículos elétricos e de turbinas eólicas.
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