Maduro ativa órgão político-militar contra opositores
Ditador concentrará ainda mais poderes sob o pretexto de "defender a paz"
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira, 8, a instauração do Órgão de gestão integral (ODIS), que centraliza todos os Poderes sob o pretexto de “defender a paz” no país.
A dois dias de sua posse, Maduro comandará as Forças Armadas, a Milícia Nacional Bolivariana, forças policiais e grupos comunitários.
No Palácio Miraflores, o ditador proclamou-se o comandante supremo de uma fusão político-militar. A medida dará a Maduro ainda mais poder nas decisões sobre todos os órgãos da administração pública.
“A ativação do ODIS garantirá a vitória exemplar da paz”, disse o ditador.
Entende-se que a medida reforçará os atos repressores contra os opositores e manifestantes, em meio à crescente pressão sobre o regime chavista.
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Prisão de estrangeiros
Desde o início da semana, o regime intensificou a perseguição sistemática a opositores, prisão de estrangeiros e sequestro de figuras-chave.
O ex-vice-presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Enrique Márquez, foi sequestrado e até agora não houve atualização sobre o seu estado.
As forças de Maduro também prenderam sete estrangeiros, entre eles dois americanos, dois colombianos e três ucranianos.
O ditador afirmou tratar-se de “mercenários estrangeiros“, que promoveriam “ações terroristas contra a paz”.
Sequestro
Dos Estados Unidos, o presidente eleito da Venezuela, Edmundo González, denunciou nesta terça-feira, 7, o sequestro de seu genro, Rafael Tudares, pelas forças de segurança do regime.
“Esta manhã meu genro Rafael Tudares foi sequestrado.
Rafael estava indo para a escola dos meus netos de 7 e 6 anos, em Caracas, para deixá-los no início das aulas, e homens encapuzados, vestidos de preto, o interceptaram, colocaram-no em um caminhão dourado, placa AA54E2C, e o levou embora.
Neste momento ele está desaparecido”, escreveu o opositor no X.
Como resposta, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, exigiu a libertação imediata de Rafael Tudares.
Segundo Almagro, a o regime promove um novo ato de “pressão política“.
Cerco
Até mesmo a mãe da líder da oposição, María Corina Machado, está sendo pressionada por agentes da ditadura chavista.
Segundo Corina Machado, membros da força de Maduro cercaram a casa de Corina Parisca de Machado, de 84 anos, nesta terça-feira, 7:
Há algumas horas, agentes do regime cercaram a casa da minha mãe, colocaram postos de controle em toda a urbanização e sobrevoaram-na com drones. A energia também “acabou” na área. Minha mãe tem 84 anos, está doente, com problemas crônicos de saúde“.
E atacou o ditador:
“Maduro e companhia, vocês não têm limite para o seu mal. Covardes“, escreveu a opositora no X.
Não foi a primeira vez que a residência da mãe de Corina Machado é alvo da intimidação das forças de Maduro.
Em 28 de novembro de 2024, viaturas do Serviço Nacional Bolivariano de Inteligência (SEBIN) cercaram a casa de Corina Parisca de Machado:
“Duas viaturas do SEBIN estacionaram duas vezes em frente à porta da casa da mãe de María Corina Machado, com sirenes ligadas e funcionários encapuzados rondando a entrada. Eles permaneceram no local por meia hora de cada vez e depois foram embora”, denunciou o Comando ConVzla na época.
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