“O público confiaria mais na mídia se parássemos com o uso excessivo de fontes anônimas”
Greta Van Susteren critica prática recorrente no jornalismo e cobra maior transparência
Greta Van Susteren, jornalista veterana e figura reconhecida da televisão norte-americana, usou suas redes sociais para criticar o uso excessivo de fontes anônimas por grandes veículos de comunicação.
“Pessoas confiariam mais na mídia se parássemos com o uso excessivo de fontes anônimas”, afirmou Greta, mencionando publicações como The New York Times, The Washington Post e outras redes televisivas dos Estados Unidos.
Em outro tuíte, ela reforçou seu ponto ao ironizar frases frequentemente usadas em reportagens baseadas em anonimato, como “fontes próximas”, “múltiplas fontes” ou “alguém que falou sob condição de anonimato”. “Isso é apenas fofoca”, escreveu. Greta também declarou não acreditar em repórteres que “fazem uma dieta constante de não usar fontes identificáveis”.
A prática de basear matérias em fontes anônimas é comum no jornalismo investigativo e costuma ser defendida como uma forma de proteger informantes, especialmente em temas sensíveis. Contudo, casos polêmicos alimentam o debate sobre o impacto dessa estratégia.
Um exemplo marcante é o dossiê Steele, divulgado pelo BuzzFeed News em 2017, que utilizou amplamente fontes anônimas para relatar alegações não confirmadas sobre ligações entre Donald Trump e a Rússia. O documento gerou uma grande controvérsia, mas muitas de suas afirmações não foram comprovadas posteriormente.
Outro caso ocorreu em 2004, quando o programa 60 Minutes, da CBS, publicou uma reportagem baseada em documentos atribuídos a um oficial militar anônimo, questionando o serviço militar de George W. Bush. A autenticidade dos documentos foi amplamente contestada, e a matéria acabou sendo desmentida, levando à demissão de jornalistas envolvidos.
Greta Van Susteren, formada em Direito pela Universidade de Georgetown, é uma das jornalistas mais reconhecidas nos Estados Unidos, com passagens por redes como CNN, Fox News e MSNBC. Ela ganhou notoriedade ao cobrir grandes julgamentos e crises políticas, construindo uma carreira marcada por análises de temas complexos.
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