Jornal vira alvo de piadas com manchete sobre verificadores de fatos da Meta
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Jornal vira alvo de piadas com manchete sobre verificadores de fatos da Meta

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Alexandre Borges
3 minutos de leitura 08.01.2025 07:09 comentários
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Jornal vira alvo de piadas com manchete sobre verificadores de fatos da Meta

Decisão de Zuckerberg de abandonar parcerias com verificadores de fatos gera reações diversas, mas manchete do New York Times rouba a cena

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Alexandre Borges
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Jornal vira alvo de piadas com manchete sobre verificadores de fatos da Meta
Foto: tacskooo/Pixabay

A manchete do jornal The New York Times, “Meta diz que verificadores de fatos eram o problema. Verificadores de fatos determinam que isso é falso”, virou alvo de intensas críticas e piadas nas redes sociais nesta terça-feira, 7.

O artigo, assinado por Stuart A. Thompson, detalha a decisão da Meta, anunciada por Mark Zuckerberg, de encerrar a parceria com agências terceirizadas de verificação de fatos, reconhecendo o viés político e culpando estas empresas de abalar a confiança dos usuários na plataforma.

Zuckerberg, em declaração pública, afirmou que os verificadores “destruíram mais confiança do que criaram”. Em resposta, representantes de instituições como o PolitiFact e o FactCheck.org negaram as acusações e argumentaram que não tinham poder sobre as decisões da Meta de moderar ou remover conteúdos. “Nunca tivemos a capacidade de retirar conteúdo. Isso era decisão exclusiva da Meta”, escreveu Lori Robertson, da FactCheck.org.

No entanto, foi a própria manchete do jornal que capturou as atenções. Usuários nas redes sociais ironizaram a situação. “Como criar sátira quando o The New York Times publica algo assim?”, comentou Laura Powell, advogada de direitos civis. Robby Soave, editor da revista Reason, destacou que o caso expõe, “talvez por acidente”, os problemas do setor de verificação de fatos.

A mudança de estratégia da Meta, que substituirá os verificadores terceirizados pelo programa Notas da Comunidade, também gerou debates. O novo sistema permitirá que usuários das plataformas participem diretamente na contextualização de publicações, inspirado no modelo utilizado pela rede social X (antigo Twitter). Especialistas apontam que a proposta tem potencial, mas alertam para desafios na garantia de imparcialidade.

A sátira, no entanto, ofuscou o debate sobre a nova política da Meta. Comentaristas como Chris Rufo e Mollie Hemingway criticaram o tom da reportagem do The New York Times. “É um título que vai além da paródia”, escreveu Hemingway. Ana Bozovic destacou: “Meta diz que verificadores eram o problema. Verificadores dizem que não. E o NYT publica isso.”

A posição da Meta

Joel Kaplan, responsável pela área de Assuntos Globais da Meta, explicou que a decisão reflete a tentativa de reverter excessos e restaurar o compromisso com a liberdade de expressão, princípio fundante das plataformas. Em declaração oficial, Kaplan admitiu que o atual sistema de moderação foi longe demais, resultando em censura indevida e frustrando usuários.

O programa Notas da Comunidade, que será implementado inicialmente nos Estados Unidos, visa oferecer mais contexto sobre postagens com a colaboração de usuários. A Meta afirmou que removerá rótulos invasivos e permitirá que informações complementares sejam acessadas de maneira menos intrusiva. Além disso, a empresa planeja reduzir o uso de sistemas automáticos em questões sensíveis, privilegiando a revisão manual em casos de menor gravidade.

As mudanças incluem ainda maior transparência nos erros cometidos pela moderação e ajustes nas regras para permitir debates legítimos sobre temas como imigração e identidade de gênero. “Queremos corrigir os erros do passado e reafirmar nosso compromisso com o direito à liberdade de expressão”, afirmou Kaplan.

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