Antes de ser preso, Daniel Silveira agradeceu liberdade na igreja
"Ele está feliz em família, foi à igreja agradecer e vai curtir esse tempo com os seus", publicou advogado do ex-deputado antes da nova prisão
Daniel Silveira, ex-deputado federal, foi à igreja, na véspera de ser preso novamente, agradecer por sua liberdade. A informação foi revelada por seu advogado, Paulo Faria, que relatou o momento nas redes sociais no mesmo dia em que a Polícia Federal cumpriu a decisão de retorno à prisão.
“Ele está feliz em família, foi à igreja agradecer e vai curtir esse tempo com os seus. Muito obrigado por tudo, e pelas orações. Falo em nome da esposa, filhas, mãe e irmã”, escreveu o advogado do ex-deputado, Paulo Faria.
Segundo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Silveira descumpriu medidas cautelares ao sair de um hospital após o horário permitido pelo toque de recolher, às 22h. De acordo com a decisão, o ex-parlamentar não apenas deixou a unidade médica às 0h30, mas também seguiu para um condomínio, permanecendo fora de casa até as 2h.
“O sentenciado demonstrou, novamente, seu total desrespeito ao poder judiciário e à legislação brasileira, como fez em, pelo menos, 227 ocasiões, descumprindo as medidas cautelares impostas durante a instrução do processo”, apontou Moraes em sua decisão.
Silveira havia sido solto na última sexta-feira (20), após o ministro considerar que ele já havia cumprido parte significativa da pena, convertendo sua prisão para liberdade condicional. O período fora da detenção, no entanto, durou apenas quatro dias.
Condenado em 2022 a oito anos e nove meses de prisão por ameaçar o Estado Democrático de Direito e coagir testemunhas, o ex-deputado cumpria pena desde fevereiro de 2023. Em outubro, progrediu do regime fechado para o semiaberto, mas novas infrações o levaram de volta à cadeia.
Reação entre parlamentares
O Antagonista monitora as reações entre parlamentares de oposição a respeito da prisão do parlamentar. As manifestações ganharam o reforço de nomes como o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e os senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Eduardo Girão (Novo-CE).
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou apoio a Silveira e classificou a decisão de Moraes como “inimaginável”.
O senador Rogério Marinho (PL-RN) disse que o episódio representa “mais uma arbitrariedade cometida para reafirmar que no Brasil está proibido discordar daqueles que detém o poder”.
O ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) afirmou que a decisão de Moares é “cruel” e “desumana”.
Já o senador Eduardo Girão (Novo-CE) disse que a prisão se trata de uma “barbaridade sem tamanho”.
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Comentários (1)
FRANCISCO JUNIOR
25.12.2024 12:30Reportagem bem superficial. No Estadão mostra muito mais detalhes. Lendo inicialmente aqui achei mesmo que Moraes foi muito rígido, mas o Daniel (1) não foi direto do hospital para casa, mesmo sabendo de medidas cautelares (2) mentiu na audiência que poderia ter feito Moraes suspender a nova prisão.