Em 2024, o futebol brasileiro testemunha uma transformação significativa na liderança técnica dos clubes, marcada por uma forte presença de técnicos estrangeiros, com destaque especial para o profissionais vindos de Portugal., como é o caso de Artur Jorge, do Botafogo, e Abel Ferreira, do Palmeiras.

Essa mudança é evidenciada pelo Ranking de Treinadores realizado pela rede Globo, que coloca três estrangeiros nas primeiras posições, alterando um panorama que antes era dominado por brasileiros.

A avaliação do ranking baseia-se em jogos e campeonatos oficiais, levando em conta a dificuldade de cada partida e torneio disputado por técnicos efetivos nas séries A e B.

Para que um técnico seja considerado no ranking, é necessário que tenha atuado por pelo menos metade do ano em um time. Por isso, nomes como Filipe Luís, assumindo o Flamengo apenas em outubro, não estão presentes na avaliação.

Comparando, em 2018, Renato Gaúcho liderou o primeiro ranking, mostrando a então hegemonia de técnicos nacionais. No entanto, essa supremacia cultural começou a mudar nos últimos anos.

Técnicos estrangeiros dominam o ranking dos melhores

Atualmente, o primeiro pódio completamente estrangeiro é composto por Artur Jorge (Botafogo), Abel Ferreira (Palmeiras) e Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza). Esse cenário marca uma radical mudança no futebol brasileiro.

Além desses, entre os seis primeiros colocados, somente Tite, com passagem pelo Flamengo, mantém a representação brasileira. Essa dominância não é mero acaso; técnicos estrangeiros têm mostrado um alto nível de desempenho e consistentemente desafiado os paradigmas locais.

Pelo segundo ano consecutivo, a presença majoritária de profissionais internacionais é notável no top-10, com seis representações.

Abel Ferreira e Vojvoda destacam-se ainda pela sua repetição no ranking em anos consecutivos, refletindo sua consistência e sucesso no competitivo mercado brasileiro.

Técnicos estrangeiros se destacam no Brasil

A entrada maciça de técnicos estrangeiros no Brasil pode ser rastreada até Jorge Jesus, cuja passagem pelo Flamengo impulsionou a aceitação e adoção de treinadores internacionais.

A partir daí, os clubes brasileiros se mostraram mais abertos a novas filosofias de jogo, métodos de treino e estratégias de gerenciamento de equipes. Além disso, muitos desses treinadores obtiveram conquistas relevantes, ganhando a confiança de torcedores e dirigentes.

Um ponto interessante sobre essa transformação é que ela não se limita apenas às estatísticas no campo.

Os técnicos estrangeiros também estão reconfigurando o panorama de contratações, influenciando a formação tática e introduzindo conceitos inovadores.

Como resultado, os clubes que optam por essa mistura de estratégias internacionais estão colhendo frutos significativos em suas campanhas.

Ranking dos Treinadores (2024)

1º Lugar: Artur Jorge (Botafogo) – 295,8 pontos

2º Lugar: Abel Ferreira (Palmeiras) – 221,1 pontos

3º Lugar: Juan Pablo Vojvoda (Fortaleza) – 189 pontos

4º Lugar: Tite (Flamengo) – 187,8 pontos

5º Lugar: Gabriel Milito (Atlético-MG) – 162,5 pontos

6º Lugar: Luis Zubeldia (São Paulo) – 151,6 pontos

7º Lugar: Renato Gaúcho (Grêmio) – 150 pontos

8º Lugar: Rogério Ceni (Bahia) – 149,4 pontos

9º Lugar: Ramón Díaz (Vasco e Corinthians) – 140,3 pontos

10º Lugar: Roger Machado (Juventude e Inter) – 140,3 pontos

Desafios para treinadores brasileiros

O domínio crescente dos estrangeiros levanta questões sobre o futuro dos técnicos brasileiros. O mercado local precisa se adaptar às demandas contemporâneas, buscando inovação e reciclagem constante.

A globalização do futebol exige que os profissionais brasileiros estejam abertos a novas tendências e abordagens, o que pode fazer com que eles invistam em qualificação internacional para se manterem competitivos.

Observa-se também uma pressão para que dirigentes e clubes forneçam suporte adequado, não só financeiro como estrutural, aos técnicos nacionais.

O incentivo para se manter atualizado e se aprimorar pode ser a chave para que mais treinadores brasileiros voltem a figurar nas principais posições do ranking.

Futuro do futebol brasileiro com técnicos estrangeiros

O contínuo sucesso de técnicos estrangeiros no Brasil redefine o conceito de gestão de equipes e desafia as tradicionais práticas locais. Essa mudança faz parte de um movimento mais amplo que atravessa o esporte globalmente, onde a diversidade na gestão técnica enriquecedora é vista como uma vantagem competitiva.

As lições aprendidas com esta nova era de intercâmbio cultural podem servir para enriquecer o futebol brasileiro, oferecendo novas perspetivas e métodos.

No entanto, para garantir um futuro igualmente promissor para os treinadores nacionais, será essencial que eles se adaptem e eventualmente integrem essa diversidade de influências nas suas próprias práticas.