O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que pode permanecer não diagnosticado até a idade adulta em muitas pessoas. A falta de reconhecimento precoce se deve, em parte, a critérios diagnósticos tradicionais que não captam toda a gama de manifestações e diferenças entre gêneros. Além disso, muitos adultos desenvolveram métodos para integrar-se socialmente, o que pode mascarar os sinais típicos do transtorno.

O fenômeno do diagnóstico tardio se tornou mais discutido com a ajuda de plataformas digitais, onde muitos compartilham suas experiências pessoais. A partilha dessas histórias tem ajudado outros a reconhecerem traços similares em si mesmos e a buscarem um diagnóstico formal.

Por que muitos adultos só descobrem o autismo mais tarde?

A avaliação do autismo historicamente focou em um perfil masculino, resultando em muitos casos ignorados, principalmente em mulheres. As características do autismo podem ser mais sutis e menos evidentes em algumas pessoas, levando à sua identificação apenas na vida adulta.

Além disso, o conceito de “mascaramento” refere-se à capacidade desenvolvida por muitos autistas de esconder seus traços naturais para se adaptarem às normas sociais. Este comportamento pode atrasar a percepção do transtorno por parte dos profissionais de saúde e dos próprios indivíduos.

Indícios de autismo na idade adulta

Desconforto social persistente: Desde cedo, muitos autistas relatam uma sensação de desconexão social, que pode se perpetuar na vida adulta, mesmo após esforços para se adaptar.

Interesses restritos e intensos: Não raro, adultos autistas demonstram dedicação profunda a certos temas ou atividades, que vão além de hobbies comuns, resultando em um foco quase exaustivo.

Complexidade nas relações sociais: Interagir pode ser um desafio contínuo, pois entender nuances como expressões faciais ou sarcasmo exige esforço consciente e pode ser estressante.

A importância de estruturas estáveis

Para muitos adultos com autismo, a presença de uma rotina fixa é essencial para o bem-estar. Mudanças inesperadas podem causar estresse considerável, pois essa previsibilidade ajuda a equilibrar as exigências sensoriais e emocionais do cotidiano.

Uma agenda bem definida proporciona uma sensação de segurança, permitindo às pessoas autistas navegar pelo mundo com menos ansiedade e mais autoconfiança.

Solidão como um meio de recuperação

Após eventos sociais ou experiências sensoriais intensas, voltar-se para a solidão pode ser uma necessidade, funcionando como recuperação energética. O tempo a sós é fundamental para restaurar as forças e o equilíbrio emocional.

Esta retirada temporária da interação social possibilita o reestabelecimento de suas necessidades emocionais e mentais, sem a pressão de acomodar as expectativas externas.

Aumentando a consciência e o apoio

Ao ampliar o conhecimento sobre o autismo na fase adulta, a sociedade pode servir melhor àqueles no espectro. Com diagnósticos mais precisos e apoio adequado, adultos autistas podem receber a assistência de que precisam para prosperar em diversos contextos sociais e profissionais.