“Todos sabíamos”, diz presidente da Bolívia sobre supostos crimes de Morales
Luis Arce, que foi ministro do governo de Morales, disse que os integrantes mais próximos "sabiam" dos supostos crimes
O presidente da Bolívia, Luis Arce, afirmou neste domingo, 22, que todos os integrantes mais próximos do ex-presidente Evo Morales tinham conhecimento das acusações de tráfico de menores e estupro, dos quais está sendo acusado pela promotoria do departamento de Tajira.
Arce foi ministro da Economia durante o governo Morales.
“Sabe-se por que ele ficou quieto, porque era um segredo aberto. Todos nós sabíamos disso, mas ficou lá“, afirmou ao jornal mexicano Jornada.
A fala de Luis Arce, contudo, gerou uma série de reações entre políticos bolivianos.
O deputado Alejandro Reyes afirmou:
“Luis Arce e todos os masistas são cúmplices da pedofilia de Evo Morales”.
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Acusações
Morales foi formalmente acusado pelo crime de tráfico de pessoas e estupro na segunda-feira, 16.
Acredita-se que ele manteve relações com uma adolescente de 15 anos entre 2014 e 2016, com quem teria tido um filho. Nessa época, Morales era presidente do país.
Morales também já foi acusado na Argentina, em novembro, por tráfico de pessoas e abuso sexual.
Ele teria convivido com quatro adolescentes menores no período em que teve asilo político na Argentina, entre 2019 e 2020, no governo de Cristina Kirchner.
As adolescentes foram levadas da Bolívia para realizar trabalhos domésticos na casa em que ele vivia.
Tráfico de drogas
As chances de Morales ter de prestar depoimento em Tarija são baixas.
Ele está protegido por seguidores armados na região cocalera do Chapare, fonte da cocaína e da pasta de coca consumida nas ruas do Brasil.
“Evo não tem medo da Justiça boliviana. Seus apoiadores impedem a entrada da polícia no Chapare, território em que a soberania boliviana não prevalece. O que Evo teme é ser extraditado para os Estados Unidos, como acaba de acontecer com o seu ex-czar antidrogas Maximiliano Dávila“, diz o jornalista boliviano e pesquisador sobre segurança Humberto Vacaflor.
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