CNBB cobra punição exemplar para envolvidos em tentativa de golpe
Órgãos da CNBB publicam manifesto pedindo punição rigorosa e criticam setores da sociedade envolvidos em tentativas antidemocráticas
A Comissão Brasileira de Justiça e Paz e o Conselho Nacional do Laicato do Brasil, ambos vinculados à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), divulgaram um documento no último dia 15 de dezembro pedindo a responsabilização “legal, rigorosa e exemplar” de todos os envolvidos em uma suposta tentativa de golpe de Estado ocorrida em 2022. O texto critica o que classifica como tentativas recorrentes de subversão da democracia no Brasil.
Com mais de 400 assinaturas, o manifesto recebeu apoio de pastorais, comunidades eclesiais de base, ordens religiosas, associações feministas, ambientalistas, diretórios do PT e PSOL, entre outros. O texto também cita um trecho da encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, ressaltando a importância da verdade e da justiça no combate a manipulações e mentiras.
A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 35 pessoas em novembro por suposta participação no plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa a morte do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. De acordo com o inquérito, a ação seria executada em dezembro de 2022 por militares ligados às Forças Especiais.
Críticas a setores conservadores e religiosos
O texto do manifesto denuncia setores das Forças Armadas, elites empresariais, latifundiários, banqueiros e religiosos fundamentalistas por apoio a iniciativas golpistas. Entre os indiciados pela PF, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco, é apontado como participante em reuniões com outros suspeitos.
A CNBB conclama que a sociedade civil organizada, incluindo sindicatos e movimentos sociais, se una para proteger a democracia. “O Brasil não pode conviver passivamente com tentativas de golpe gestadas por setores reacionários e elites antidemocráticas”, afirma o documento.
Os signatários reforçam que omissão é tão grave quanto ação dolosa, lembrando que a ética cristã exige posicionamento ativo contra ameaças à democracia.
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