O médico saudita de 50 anos suspeito de invadir e atropelar uma multidão em um mercado de Natal em Magdeburg, na Alemanha, na última sexta-feira, 20, foi alvo de denúncias às autoridades alemãs no ano passado. 

Apesar disso, nenhuma medida preventiva foi tomada antes do ataque, que deixou cinco mortos e cerca de 200 feridos.

De acordo com o chefe do Departamento Federal de Polícia Criminal Holger Münch, as denúncias foram feitas por autoridades da Arábia Saudita em novembro de 2023 e incluíam alertas sobre comportamentos suspeitos do homem, identificado como Taleb Al A (foto). 

“Foram tomadas medidas investigativas, mas os avisos se mostraram muito inespecíficos”, afirmou Münch em entrevista à emissora ZDF.

O Departamento Federal de Migração e Refugiados também confirmou ter recebido uma denúncia, que foi analisada e tratada com seriedade. Ainda assim, nenhuma evidência clara de ameaça havia sido encontrada, segundo o órgão.

Ataque e prisão

Na noite do ataque, Taleb dirigiu um BMW em alta velocidade por cerca de 400 metros dentro do mercado de Natal, atropelando dezenas de pessoas. Ele foi preso logo depois de sair do perímetro de segurança, rendido por um policial armado.

O médico, que vive na Alemanha desde 2006 e possui residência permanente, é descrito pelas autoridades como crítico do Islã e simpatizante de ideias de extrema-direita. 

Ele também havia feito ameaças e publicações agressivas nas redes sociais, mas não tinha histórico de violência.

As autoridades investigam se o ataque foi motivado por ideologias extremistas ou questões psicológicas.

Scholz visita local de ataque

O chanceler alemão, Olaf Scholz, visitou neste sábado, 21, a cidade de Magdeburg, onde ocorreu o ataque deliberado com carro em uma feira natalina. 

Scholz, acompanhado por ministros e políticos locais, depositou flores na entrada da igreja Johanneskirche, onde um memorial será realizado. Ele lamentou o ataque, classificando o ato como “terrível e insano”.

“Que ato terrível é ferir e matar tantas pessoas com tanta brutalidade”, disse o chanceler alemão, que prometeu “medidas contra aqueles que querem semear o ódio”. 

“É importante, enquanto país, que nos mantenhamos unidos, que nos mantenhamos unidos e que falemos uns com os outros”, acrescentou.