Ex-presidentes denunciam “terrorismo de Estado” na Venezuela
Em carta, 27 ex-chefes de Estado e de governo da América Latina denunciam situação de asilados em Caracas
Uma carta assinada por 27 ex-chefes de Estado e de governo da América Latina e do Caribe, integrantes da Iniciativa Democrática da Espanha e das Américas (IDEA), pede uma ação internacional diante da escalada de violência na Venezuela.
O grupo denuncia o cerco armado à embaixada argentina em Caracas, onde seis opositores do ditador Nicolás Maduro estão asilados desde março. Entre os signatários da carta divulgada no sábado, 21, estão o argentino Mauricio Macri e o equatoriano Guillermo Lasso.
O documento classifica a invasão como uma “violação da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas” e afirma que o objetivo é pressionar os asilados por meio de falta de suprimentos e isolamento. O texto classifica as ações recentes da ditadura contra seus opositores de “terrorismo de Estado”.
Entre os asilados está Fernando Martínez Motolla, ex-ministro durante o governo de Carlos Andrés Pérez, que, segundo a carta, foi entregue às autoridades venezuelanas para incriminar seus companheiros de oposição. Mottola era o único entre os seis asilados que não integrava o grupo político de María Corina Machado.
O grupo ainda afirma que Motolla não recebeu proteção enquanto aguardava um salvo-conduto para deixar o país em segurança.
“Como indica a Corte Interamericana de Direitos Humanos, o princípio de não devolução, que é a pedra angular da proteção internacional de refugiados e solicitantes de asilo, foi violado no caso de Martínez Motolla”, destaca o comunicado.
Os ex-líderes pedem uma ação urgente da Organização dos Estados Americanos (OEA), da União Europeia (UE) e da Corte Penal Internacional (CPI) sobre a situação.
Cerco à embaixada argentina
Desde agosto, a residência da embaixada argentina tem sido protegida pelo Brasil, após a ruptura das relações diplomáticas entre a Venezuela e a Argentina, que alegou fraude nas eleições presidenciais que reelegeram Maduro.
No final de novembro, policiais venezuelanos se posicionaram ao redor da residência da embaixada, cortando serviços de água e energia elétrica e impedindo a entrada de um caminhão com água potável.
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina denunciou esses atos como “intimidação e hostilidade” e exigiu que a Venezuela emitisse os salvo-condutos para a saída dos asilados, o que ainda não aconteceu.
Sequestro de militar argentino
O presidente da Argentina, Javier Milei, comentou no dia 17 de dezembro o sequestro do guarda argentino Nahuel Gallo pelas forças do regime chavista de Nicolás Maduro no dia 10 de dezembro.
Em evento no Colégio Militar de Buenos Aires, Milei chamou Maduro de “ditador criminoso“:
“Em primeiro lugar, e antes de iniciar o discurso, quero referir-me ao sequestro ilegal de Nahuel Gallo na Venezuela.Foi detido pelas Forças de Segurança a cargo do ditador criminoso Nicolás Maduro pelo único crime de visitar a sua companheira e o seu filho“, afirmou o presidente argentino.
Milei falou que a Argentina irá “esgotar todos os canais diplomáticos” para Nahuel Gallo ser devolvido em segurança.
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