O Secretário-Geral da Otan, Mark Rutte, acredita que o debate público sobre possíveis futuras negociações de cessar-fogo entre a Ucrânia e a Rússia é contraproducente:

“Acho que devemos agora nos concentrar em garantir que a Ucrânia chegue a uma posição de força”, disse Rutte antes de uma reunião noturna com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e os principais representantes dos aliados europeus.

“A discussão sobre tudo o que vem a seguir começa quando Zelensky, Vladimir Putin e outros se sentarem à mesa. Se discutirmos agora entre nós como poderia ser esse acordo, tornaremos as coisas mais fáceis para os russos. Eles sentam-se relaxados em suas poltronas, ouvem nossas discussões, fumam um charuto com prazer e assistem tudo pela TV”, disse Rutte. E acrescentou: “Não acho que isso seja útil”

O Chanceler Olaf Scholz (SPD) também esteve presente na reunião. Ele alertou contra uma “paz ditada”. Não deveria haver “nenhuma decisão tomada acima das cabeças da Ucrânia”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou novamente a “garantias de segurança” antes da reunião. Ele também reiterou o seu apelo por sistemas de defesa aérea contra ataques russos.

Rutte enfatizou que queria fazer tudo para garantir que os 19 sistemas necessários para proteger a infra-estrutura da Ucrânia fossem fornecidos.

“Sabemos que Putin está se preparando”

Segundo Marie-Agnes Strack-Zimmermann – política alemã e nova presidente da comissão de defesa do Parlamento Europeu – disse que Vladimir Putin preparando um ataque à Otan. “Sabemos que Putin está se preparando para atacar um Estado da Otan”, disse ela em Estrasburgo. Ela não disse onde conseguiu essa informação.

Strack-Zimmermann sublinhou que a questão é saber se a Europa será capaz de se defender. Tendo em vista um possível ataque da Rússia a um país da UE, ela disse: “Esperar que os americanos nos ajudem a sair desta situação é ingênuo. O sucesso de Putin na Ucrânia significaria que “os estados vizinhos da Ucrânia também já não estão seguros”.

Segundo a parlamentar do Partido Democrático Liberal (FDP), o futuro governo federal alemão deve investir significativamente mais na defesa: “A Europa espera que façamos mais”, disse. Se o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte, planeja avançar para três por cento do produto interno bruto (PIB), “então implementaremos isso”, continuou Strack-Zimmermann.

Este ano, pela primeira vez, a Alemanha está prestes a cumprir o objectivo da Otan de investir 2% do PIB na defesa. Contudo, os parceiros da Otan, como a Polônia, exigem uma quota significativamente mais elevada.

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