Justiça eleitoral forma maioria para cassar mandato de Zambelli
Em caso de condenação, a deputada ficará inelegível pelo período de oito anos, a serem contados a partir de 2022, e terá a diplomação cassada
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo formou maioria pela cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli por suposto abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
O placar está em 4×0 para Zambelli ter o mandato cassado e o julgamento foi suspenso após a juíza Maria Cláudia Bedotti pedir vistas.
O caso será retomado apenas no ano que vem, quando os magistrados retornarem do recesso do Judiciário e caberá recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em caso de condenação, Zambelli ficará inelegível pelo período de oito anos, a serem contados a partir de 2022, e terá a diplomação cassada.
O relator do processo, Encinas Manfré, afirmou que a deputada “conscientemente atuou para difundir informações fraudulentas”. Segundo ele, Zambelli promoveu “incitação de animosidade e hostilidade contra o sistema eleitoral e membros do Poder Judiciário antes e depois do período eleitoral”.
Zambelli disse que a decisão “ainda cabe recurso” e que acredita na reversão do julgamento:
“Vamos continuar fazendo um bom trabalho, pelas quase 1 milhão de pessoas que acreditam em mim. A Justiça de Deus está agindo e continuará agindo até o fim desse processo”, afirmou a deputada.
Moraes nega pedido
Nesta semana, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou um pedido de Zambelli para visitar mulheres presas nos atos de vandalismo à Praça dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
Na decisão, Moraes apontou relação entre o 8 de janeiro ao inquérito das fake news, no qual Zambelli uma das investigadas.
“Considerando que o objeto do presente procedimento investigativo tem conexão ao objeto do Inq. 4.781/DF, bem como o fato de a Deputada Federal Carla Zambelli figurar como ré em uma ação penal perante esta Suprema Corte, indefiro o pedido feito pela Deputada Federal Carla Zambelli.”
Na semana passada, a deputada enviou uma solicitação Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) para ir ao encontro das presas e o órgão encaminhou o pedido ao STF.
Processo do CNJ
No despacho, Moraes lembrou o processo em que Zambelli se tornou ré pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que fabricou um mandado de prisão falso contra o próprio ministro.
em 4 de janeiro de 2023, Walter Delgatti inseriu documentos falsos no sistema do CNJ, como um mandado de prisão contra Moraes.
Na votação da Primeira Turma do STF concluída nesta terça, o ministro afirmou que a fabricação da ordem de prisão foi uma “burrice”. Já Cármen Lúcia a descreveu como “desinteligência natural”
Preso em agosto, Delgatti confessou a invasão, acusando Zambelli de ser a mandante. À PF, o hacker afirmou ter recebido 40 mil reais pelos serviços.
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