Desde outubro de 2024, a República Democrática do Congo (RDC) enfrenta um surto de doença misteriosa que gerou 406 casos e 31 mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A maioria dos afetados são crianças menores de cinco anos, gerando maior preocupação pela vulnerabilidade dessa faixa etária. A OMS está investigando ativamente a origem e a disseminação da doença.

Uma equipe de peritos está colaborando com as autoridades locais para entender a doença, com testes laboratoriais em progresso para identificar sua causa. Este grupo é composto por epidemiologistas, clínicos, técnicos de laboratório e especialistas em controle de infecções, todos comprometidos em assegurar uma resposta rápida e eficaz. A diretora regional da OMS para a África, Matshidiso Moeti, destacou a prioridade no apoio às comunidades afetadas.

Localização dos Casos

Os primeiros casos foram identificados em novembro na zona de saúde de Panzi, província de Kwango. Até o momento, a doença se espalhou por nove das 30 áreas de saúde dessa região, com maior concentração em Tsakala Panzi, Makitapanzi e Kanzangi, responsáveis pela maioria dos casos relatados. A continuidade do surto requer monitoramento constante para prevenir sua expansão.

Público Mais Afetado

Crianças de 0 a 14 anos representam 64,3% dos casos, com a faixa de 0 a 59 meses sendo a mais afetada, correspondendo a 53% do total. Mulheres também são um grupo significativo, constituindo 59,9% dos casos. Dentro das fatalidades, 71% são menores de 15 anos, dos quais 54,8% são crianças abaixo de cinco anos. Esses dados reforçam a necessidade de proteção particular para esse grupo vulnerável.

Sintomas Relatados

Os sintomas incluem febre, tosse, fadiga e coriza; casos mais graves apresentam dificuldade respiratória, anemia e sinais de desnutrição aguda. Estão sendo realizados testes laboratoriais para eliminar doenças conhecidas com sintomas semelhantes, como sarampo, gripe, pneumonia aguda e Covid-19. Diagnosticar corretamente a doença é vital para implementar tratamentos adequados.

Investigação por Especialistas

A OMS formou uma Equipe Nacional de Resposta Rápida em colaboração com as autoridades congolesas, já atuante em Panzi. O foco está no fortalecimento da resposta com investigação epidemiológica, coleta de amostras para testes, busca ativa de casos e esforços de educação pública. Equipamentos e kits de diagnóstico estão sendo disponibilizados para suportar essas ações. A cooperação com líderes comunitários é fundamental para promover vigilância contínua e implementação de medidas preventivas.

Risco de Propagação Global

Segundo a OMS, o risco de disseminação nacional na RDC é moderado, devido à concentração geográfica da doença, mas a proximidade com a fronteira de Angola levanta preocupações sobre transmissões transfronteiriças potenciais. Em nível internacional, o risco é considerado baixo, porém é essencial manter a vigilância e a coordenação entre países fronteiriços para impedir uma potencial propagação mundial.