Macron reforça críticas ao acordo UE-Mercosul
O presidente francês declarou que os agricultores europeus não serão “sacrificados” por um modelo de comércio que classificou como obsoleto
Durante visita a Varsóvia nesta quinta-feira, 12, o presidente da França, Emmanuel Macron, voltou a criticar o acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, firmado recentemente após 25 anos de negociações.
Macron declarou que os agricultores europeus não serão “sacrificados” por um modelo de comércio que classificou como obsoleto. Ele estava ao lado do primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, que também rejeita o pacto.
“Deixemos claro: nossas agriculturas não serão comprometidas em nome de um mercantilismo do século passado”, afirmou Macron, reforçando as preocupações de produtores franceses com os impactos de produtos sul-americanos no mercado europeu.
O tratado, concluído na última sexta-feira, 6, em Montevidéu, busca criar uma das maiores zonas de livre comércio do mundo, englobando mais de 700 milhões de consumidores. Pelo lado sul-americano, envolve Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, enquanto na União Europeia foi negociado pela Comissão Europeia. Agora, o texto precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países-membros.
A promessa de abertura econômica enfrenta resistência significativa. França, Itália, Polônia, Holanda e Áustria manifestaram objeções, enquanto Alemanha e Espanha defendem o pacto, apostando em benefícios econômicos e no fortalecimento das relações entre os dois blocos.
A posição de Macron reflete o descontentamento de agricultores franceses, preocupados com o aumento da concorrência de produtos como carne e grãos do Mercosul, que são produzidos a custos mais baixos e com menos exigências ambientais. A França já havia sinalizado que exigiria compromissos mais robustos em sustentabilidade e proteção ao setor agrícola para considerar a ratificação.
Antes de entrar em vigor, o acordo precisará passar por revisão jurídica, aprovação no Parlamento Europeu e ratificação pelos legislativos nacionais. As divisões entre os países-membros e as críticas de Macron indicam que o tratado ainda enfrentará uma longa e conturbada tramitação.
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