O tribunal da cidade de Ho Chi, no Vietnã, confirmou nesta terça-feira, 2, a pena de morte contra a magnata Truong My Lan, de 68, culpada por uma fraude no valor de U$S 27 bilhões.

Segundo os promotores, Lan teria enganado o grupo Saigon Commercial Bank (SBC), cuja instituição era controlada por ela.

Lan desviou US$ 12,3 bilhões e orquestrou uma fraude de títulos de US$ 1,2 bilhão de milhares de investidores. O valor do prejuízo é equivalente a 3% do PIB (Produto Interno Bruto) do país. Ela também foi condenada por subornar autoridades para encobrir rastros de movimentações ilegais.

O caso impactou o Vietnã, pois dezenas de milhares de cidadãos perderam seus investimentos no SBC. O Banco Estatal do país também foi vítima de Lan. A revolta da população se transformou em protestos generalizados.

Já condenada, o tribunal manteve a sentença anterior de pena de morte. Existe, porém, uma remota possibilidade de Lan se livrar da penalidade mais forte do governo. Se a empresária conseguir devolver três quartos dos bens obtidos a partir do beneficiamento irregular, terá a pena revertida a prisão perpétua.

Segundo a mídia estatal, a defesa de Lan, que fundou o grupo imobiliário Van Thinh Phat, declarou ao tribunal que a maneira mais ágil para ressarcir os prejuízos gerados seria vendendo o SBC para pagar o Banco Estatal e os cidadãos que foram afetados.

“Me sinto magoada devido ao desperdício de recursos nacionais”, disse Lan.

A condenação da magnata é um dentre outros que estão sendo analisados pelas cortes do Vietnã, que já prendeu dezenas de autoridades e empresários em uma campanha anticorrupção.

O país sentenciou mais de 2.000 pessoas à pena de morte e já executou mais de 400 prisioneiros. Os crimes mais cometidos para essas condenações são o tráfico de drogas e assassinato.