Rebeldes conquistam Aleppo e expõem fragilidade de al-Assad
Avanço ameaça regime sírio e pode redesenhar alianças no Oriente Médio
Rebeldes sírios liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS) surpreenderam o regime de Bashar al-Assad ao capturar Aleppo, cidade estratégica e símbolo do conflito que devasta a Síria desde 2011. Este avanço, o mais significativo contra o governo em quase uma década, desestabiliza a liderança de al-Assad, dependente de apoio militar da Rússia e do Irã.
Em resposta, forças sírias e russas intensificaram bombardeios para retomar a cidade, causando dezenas de mortes, incluindo civis, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Enquanto isso, Teerã reafirmou seu comprometimento com o regime de Damasco, ampliando sua ajuda militar.
A ofensiva em Aleppo ocorre em um momento delicado para a região. Israel e Hezbollah chegaram a um cessar-fogo recente no Líbano, mas a hostilidade persiste. Em Gaza, operações israelenses continuam contra o Hamas, que mantém 63 reféns. A escalada de movimentos iranianos contra Israel também aumenta a probabilidade de um confronto direto.
O jornalista americano Michael Moynihan, do podcast Honestly, alerta para os impactos geopolíticos: “Se o regime sírio colapsar, o vazio de poder pode fortalecer grupos extremistas e forçar potências globais a reagirem rapidamente”. Analistas destacam ainda que a perda de Aleppo enfraquece não apenas o governo de al-Assad, mas também sua capacidade de influenciar o cenário regional.
A guerra civil síria, que já provocou mais de 600 mil mortes e milhões de deslocados, tem em Aleppo um de seus maiores símbolos. A cidade, retomada pelo regime em 2016, representava uma vitrine da força de al-Assad. Agora, sua perda desafia as bases do governo e insere novos riscos de instabilidade em uma região já marcada por conflitos e interesses de potências como Rússia, Irã, Israel e Estados Unidos.
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