Olaf Scholz visita Kiev após 2 anos e meio
Scholz e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky visitaram soldados feridos em um hospital local, alguns dos quais sofreram amputações devido ao conflito
Durante uma visita não anunciada previamente à cidade de Kiev, o chanceler alemão Olaf Scholz reafirmou o compromisso da Alemanha em fornecer mais armamentos à Ucrânia, com um investimento estimado em 650 milhões de euros previsto para dezembro.
A visita ocorre após outras duas anteriores: uma pouco antes da invasão russa em fevereiro de 2022 e outra em junho do mesmo ano, quando Scholz se juntou ao presidente francês Emmanuel Macron e ao então primeiro-ministro italiano Mario Draghi para apoiar a candidatura da Ucrânia à União Europeia.
O líder alemão destacou que sua presença simboliza solidariedade com a Ucrânia, um país que ele descreveu como resistente frente ao “impiedoso ataque russo” por mais de mil dias.
Scholz garantiu que a Ucrânia pode contar com a Alemanha, afirmando que seu governo cumprirá as promessas feitas.
Devido às preocupações com a segurança, o itinerário do chanceler em Kiev não foi divulgado antecipadamente. A cidade tem sido alvo constante de ataques de drones russos.
Durante sua estada, Scholz e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky visitaram soldados feridos em um hospital local, alguns dos quais sofreram amputações devido ao conflito. Zelensky aproveitou para condecorar vários militares.
Críticas internas
No entanto, o deslocamento de Scholz foi alvo de críticas severas por parte de políticos da União Democrata Cristã (CDU).
Roderich Kiesewetter acusou o chanceler de utilizar a situação como manobra eleitoral, alegando que suas ações poderiam isolar a Alemanha e comprometer a segurança do país.
Kiesewetter também destacou que a Ucrânia pressiona por uma adesão imediata à Otan e pelo uso de armamento avançado, demandas que Scholz teria rejeitado categoricamente.
Sahra Wagenknecht, líder do partido de esquerda BSW, criticou duramente as promessas de armas de Scholz à Ucrânia. Ela argumentou que essas ações são irresponsáveis com os contribuintes alemães e perpetuam o sofrimento na Ucrânia.
Segundo maior fornecedor militar
A Alemanha se mantém como o segundo maior fornecedor militar da Ucrânia, atrás apenas dos Estados Unidos. No entanto, Scholz enfrenta críticas por supostamente hesitar em ampliar essa ajuda.
A controvérsia sobre o fornecimento de mísseis Taurus reacendeu após os EUA permitirem o uso de mísseis ATACMS pela Ucrânia contra alvos no território russo.
Recentemente, causou desconforto entre aliados europeus e ucranianos uma ligação telefônica entre Scholz e Vladimir Putin, a primeira em quase dois anos. Zelensky expressou preocupação sobre as implicações desse contato diplomático direto.
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