PT até hoje não engoliu o Cunha
"O caso é que o PT tomou um toco de Eduardo no impeachment e não conseguiu engolir até hoje", avaliou o deputado José Medeiros (PL-MT), titular da CCJ
A PEC antiaborto, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), evidenciou a rusga que ainda existe entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha desde que o político aceitou a deliberação do processo de impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff.
A base governista na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara usou como argumento a cassação de Cunha, autor da matéria, para alegar que a deliberação seria uma “sinalização ruim ao país” e tentar barrar o avanço da propositura.
Olho no retrovisor
Entre titulares da CCJ membros da oposição, a avaliação é de que Cunha foi “bode expiatório” do PT na tentativa de desarticular a proposta. O partido, com o “olho no retrovisor”, teria aproveitado a chance não apenas para tentar barrar a PEC antiaborto, mas também para atacar um rival antigo.
“O caso é que o PT tomou um toco de Eduardo no impeachment e não conseguiu engolir até hoje”, avaliou o deputado José Medeiros (PL-MT).
Adversário da Esquerda
Para a deputada Danielle Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara, a estratégia do PT contra o autor da proposta aprovada pela CCJ serviu como “propaganda” para ele.
“Usarem o nome do meu pai para tentar contrapor a PEC só facilitou a aprovação, além do que deu uma bela propaganda a ele, o caracterizando cada vez mais como o adversário da esquerda. Espero que continuem a falar dele, pois o ajudará bastante”, avaliou em entrevista a O Antagonista.
E completou: “Foram usadas muitas mentiras que estão sendo reverberadas pela mídia. O debate de mérito na comissão especial irá esclarecer todas as dúvidas”.
Pressão pelo avanço da proposta
A bancada evangélica intensificou a pressão sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para que duas propostas que endurecem as regras sobre o aborto avancem ainda em 2024. O foco é a instalação da Comissão Especial prometida por Lira para debater o assunto.
Além da PEC de autoria do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta semana, que altera a Carta Magna para estabelecer a proteção à vida “desde a concepção”, tramita na Casa de Leis um projeto de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que equipara o aborto ao crime de homicídio.
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