Eleitores rurais rejeitaram agendas extremistas e votaram em Trump em massa
Democratas enfrentam desconfiança do interior, que se sente ignorado por políticas urbanas
O impacto do voto rural foi decisivo para o retorno de Donald Trump à presidência em 2024, aprofundando a polarização histórica entre áreas urbanas e rurais nos Estados Unidos.
Trump conquistou 63% dos votos rurais, superando as previsões e consolidando sua força em estados-chave como Pensilvânia e Wisconsin.
Kamala Harris, a candidata democrata, escolheu como vice o governador de Minnesota, Tim Walz, na tentativa de atrair eleitores do interior. Contudo, Walz enfrentou rejeição generalizada entre eleitores rurais, que criticam sua guinada à esquerda em pautas progressistas que não encontram eco no interior do país.
Ao longo de seu mandato como governador, Walz abraçou agendas identificadas como “woke” e promoveu medidas associadas ao transativismo, além de legislação que garantiu acesso irrestrito a serviços de saúde relacionados à transição de gênero, inclusive para menores de idade. Essas iniciativas foram radicalmente rejeitadas por comunidades rurais.
Essa percepção de distanciamento foi agravada por outras medidas polêmicas de Walz, como a ampliação de regulamentações ambientais em um modelo inspirado na Califórnia, vistas como inviáveis no contexto rural. Durante eventos como o Farmfest, ele foi criticado por ignorar o etanol, combustível essencial para agricultores, ao priorizar veículos elétricos. Além disso, sua resposta considerada lenta às manifestações violentas em Minneapolis após o assassinato de George Floyd reforçou a sensação de desamparo entre eleitores do interior.
Apesar de sua origem rural e de um passado como “moderado”, Walz perdeu credibilidade ao adotar uma agenda ultraprogressista alinhada à política das elites urbanas e distante dos interesses econômicos e culturais do interior. “Ele não representa mais a gente”, declarou um produtor de Minnesota. Essa rejeição reflete um sentimento mais amplo de abandono entre os eleitores rurais, que se distanciaram do Partido Democrata, historicamente associado a causas trabalhistas e populistas nessas áreas.
A polarização urbana-rural, acentuada no século XXI, reflete a percepção de que o Partido Democrata prioriza pautas sociais progressistas, como agendas ligadas ao ambientalismo radical e ao transativismo, em detrimento de políticas econômicas práticas. O resultado de 2024 consolida o Partido Republicano como defensor dos valores e demandas do interior, enquanto os democratas são vistos como representantes de uma elite urbana alienada.
Para reconquistar a confiança do interior, os democratas precisarão abandonar estratégias como apenas escolher candidatos com “origem rural” e focar em políticas que ouçam realmente as necessidades econômicas e preservem os valores culturais dessas comunidades. Caso contrário, o abismo entre o interior e a esquerda democrata seguirá cada vez maior.
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