A oração do golpe
O relatório da PF indica que o padre José Eduardo, um dos 37 indiciados por tentativa de golpe de Estado, criou uma "oração ao golpe" após a eleição de 2022
O relatório final da Polícia Federal sobre o suposto golpe de Estado afirma que o padre José Eduardo de Oliveira e Silva (foto), da Diocese de Osasco, criou uma “oração ao golpe” após a eleição de 2022.
Em mensagem encaminhada ao contato “Frei Gilson”, José Eduardo solicita que “todos os brasileiros, católicos e evangélicos, os incluam em suas orações, os nomes do Ministro da Defesa e de outros dezesseis Generais 4 estrelas ‘pedindo para que Deus lhes dê a coragem de salvar o Brasil, lhes ajude a vencer a covardia e os estimule a agir com consciência histórica e não apenas como funcionários públicos de farda (…)'”.
Segundo a PF, a mensagem demonstra que o padre, logo após a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais, “já disseminava a ideia de um golpe de Estado apoiado pelas Forças Armadas, para manter o então presidente no poder e impedir a posse do governo eleito.”
Em outra mensagem, evidenciando a ilicitude do conteúdo, José Eduardo pede ao Frei Gilson que repasse a mensagem apenas para “pessoas de estrita confiança”.
Padre é indiciado por tentativa de golpe de Estado
Como mostramos, o padre José Eduardo foi um dos 37 indiciados pela PF por tentativa de golpe de Estado. Além disso, ele é acusado pelos crimes de organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito
A Polícia Federal diz que oficiais das Forças Armadas, assessores palacianos e ex-ministros de Estado, sob a coordenação de Jair Bolsonaro, participaram de reuniões em que se discutiram a possibilidade de se instituir um golpe de Estado.
Para a PF, o plano somente não foi concretizado porque não houve o aval dos então comandantes do Exército o general Marco Antônio Freire Gomes e da Aeronáutica o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. O então comandante da Marinha Almir Garnier Santos, do outro lado, deu aval à trama golpista.
O ex-presidente da República negou, em várias oportunidades, ter tramado um golpe de Estado.
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