Encontro anual da confederação israelita: com direita, sem Bolsonaro
O evento contou com a presença dos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ) e Ronaldo Caiado (GO), além de outros políticos
A abertura do encontro anual da Confederação Israelita do Brasil, na noite de sábado, 23 de novembro, no clube A Hebraica, em São Paulo, contou com a presença dos governadores Tarcísio de Freitas (SP), Cláudio Castro (RJ) e Ronaldo Caiado (GO).
Também estiveram presentes outras autoridades e lideranças, como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, o ministro do STF, André Mendonça, o senador Carlos Viana (MG), além de parlamentares, como o deputado federal Gilberto Abramo (MG), a vereadora Cris Monteiro (SP), o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine.
O ex-deputado federal e ex-Ministro da Cultura, Roberto Freire, esteve presente, representando a ala minoritária da esquerda que não se radicalizou a ponto de fazer coro a discursos antissemitas.
O evento, restrito a convidados, reúne, a cada edição, autoridades, políticos, lideranças comunitárias, religiosas e empresariais, como forma de reconhecimento pelo apoio profissional, moral, financeiro e de articulação junto às instâncias de governo federal, estadual e municipal para a plena atuação da CONIB na defesa dos interesses da comunidade judaica brasileira.
Sem diálogo com o governo federal
Em sua fala de agradecimento, o presidente da CONIB, Claudio Lottenberg, manifestou a sua preocupação com a dificuldade de diálogo com a atual gestão do país, especialmente em um momento em que as denúncias de antissemitismo crescem exponencialmente, com maior volume nas redes sociais.
“A ausência de abertura para ouvir a comunidade judaica brasileira é sintoma de algo maior: não podemos retroceder para uma visão estreita e isolacionista. Nossos líderes devem estar à altura da liberdade, do diálogo e da democracia”, destacou.
Lottenberg também ressaltou que o combate ao antissemitismo é uma responsabilidade coletiva, de judeus e não judeus. “Quando as sociedades não conseguem proteger suas minorias, invariavelmente falham em proteger as suas democracias”.
Parcerias dos Estados
Ronaldo Caiado, governador de Goiás, reafirmou as parcerias econômicas com Israel, referentes às tecnologias de irrigação fornecidas pelo Estado Judeu, e compartilhou a criação de um bosque especial no centro de Goiânia. “Foram plantadas 1199 árvores do Cerrado e uma Oliveira, em homenagem às vítimas da barbárie do Hamas.”
O governador do estado do Rio de Janeiro reforçou a cooperação com a comunidade israelita fluminense. “Somos parceiros de todas as horas”, afirmou Cláudio Castro.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou: “Israel é uma referência para todos nós. Não vamos tolerar o antissemitismo, vamos garantir a segurança dessa comunidade que só soma conosco, que gera emprego, que gera o bem, que contribui com a saúde por meio da atuação social do hospital Albert Einstein. Estaremos aqui, somando esforços com a comunidade judaica de todo o país”.
Sem Bolsonaro
Segundo Bela Megale, do jornal O Globo, empresários da comunidade judaica alinhados a Bolsonaro criticaram o escanteamento do ex-presidente no evento.
Na avaliação desse grupo de empresários bolsonaristas, a Conib teria errado ao deixar de fora menções a Bolsonaro e Eduardo no momento em que Donald Trump se elege presidente dos Estados Unidos, uma vez que Eduardo Bolsonaro é a liderança do Brasil mais próxima a Trump.
Ainda segundo Megale, a ausência de Wajngarten do jantar também foi criticada por essa ala de empresários da comunidade judaica. Eles apontaram a atuação do ex-chefe da Secom para trazer militares israelensens para ajudar na tragédia de Brumadinho, em 2019.
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