“Sua hora vai chegar”, diz Bretas a Paes
Ex-juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro rebateu o prefeito da capital, que o tinha definido como "Delinquente sendo delinquente!" por comentário sobre a Operação Contragolpe
O juiz Marcelo Bretas (foto) trocou ofensas com o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), em rede social.
Tudo começou com uma análise de Bretas, que foi responsável pela Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, sobre “regras aplicáveis para avaliar a relevância de uma ação criminosa”, que tratava da tentativa de cometer um crime e da “desistência voluntária”.
No contexto, depreende-se que ele falava do caso investigado pela Operação Contragolpe, que trata do que a Polícia Federal interpretou como um plano para “neutralizar” o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, Lula e Geraldo Alckmin em dezembro de 2022.
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“Delinquente sendo delinquente!”
O juiz enumerou trechos do código penal para concluir que “o princípio de Direito ‘cogitationis poenam nemo patitur” – orienta que nenhum pensamento ou desejo humano pode ser considerado criminoso, a não ser que se manifeste e provoque uma conduta injusta que prejudique um bem jurídico”.
Paes, que teve seu entorno acossado por Bretas durante a Lava Jato, não gostou e compartilhou o comentário do juiz com a legenda “Delinquente sendo delinquente!”.
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Bretas respondeu na noite de quinta-feira, 21: “Palhaço. Eu conheço o seu passado, e ele não é nada engraçado. Sua hora vai chegar!”.
Operação Contragolpe
Desde terça-feira, 19, quando a polícia federal prendeu quatro militares sob a suspeita de tramar a morte de Moraes, Lula e Alckmin, trava-se o debate sobre o que define um crime passível de punição legal.
A PF desvelou um plano para “neutralizar” três autoridades, e interpretou uma troca de mensagens na noite de 15 de dezembro de 2022 como a tentativa de execução de uma parte plano.
A investigação desembocou no indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras 36 pessoas de seu entorno por tentativa de golpe de Estado.
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Comentários (2)
Jorge Alberto da Cunha Rodrigues
22.11.2024 10:12Eduardo Paes tinha um relacionamento muito íntimo com os corruptos Sérgio Cabral e Lula. Entre os empresários corruptos pegos pela Lava Jato o Paes era conhecido pela alcunha de Nervosinho.
Luis Eduardo Rezende Caracik
22.11.2024 08:19Um, que não é juiz, julgado um juiz. O outro, que é juiz, comportando-se como justiceiro, posicionando-se como protetor da extrema direita, e reforçando a tese de muitos, de que a lava jato foi o movimento primordial da extrema direita. Mais uma lástima no universo da justiça politizada.