PF indiciou padre em caso de golpismo
A defesa promete contestar vigorosamente as acusações e a maneira como as informações foram tornadas públicas
A Polícia Federal indiciou o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, de Osasco, em investigação que inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas.
O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa, relacionados a um suposto plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O relatório final da PF, que expôs os indiciamentos, foi autorizado pelo STF, mas gerou controvérsias. O advogado do padre, Miguel Vidigal, criticou a divulgação: “A nota da Polícia Federal é um abuso e contamina a instituição ao romper o sigilo decretado pelo ministro Alexandre de Moraes”, declarou.
Segundo a defesa, o padre foi alvo de busca e apreensão em fevereiro deste ano, sob a suspeita de integrar o “núcleo jurídico” da suposta trama golpista, que teria também a participação de assessores e ex-ministros do governo Bolsonaro. Vidigal ainda apontou que a PF teria vasculhado comunicações protegidas por sigilo espiritual, violando tratados internacionais. A defesa promete contestar vigorosamente as acusações e a maneira como as informações foram tornadas públicas.
Apesar de Bolsonaro se declarar católico, sua proximidade com grupos evangélicos e seus laços familiares com o protestantismo são mais fortes. Em um episódio emblemático, o então presidente ignorou a canonização de Irmã Dulce, a primeira santa brasileira, para participar de um culto evangélico, gerando críticas de católicos e bispos.
O arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, já enfatizou a necessidade de fiéis manterem sua “identidade religiosa” e criticou o uso político da fé. Esses eventos reforçam que o catolicismo, majoritário no Brasil, não está alinhado ao bolsonarismo, enquanto Bolsonaro frequentemente atua como um líder mais próximo de lideranças evangélicas, especialmente as neopentecostais.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
22.11.2024 08:45Esse atentado está tão absurdo que é difícil acreditar em tanta primariedade na organização. Nem vou falar do padre que a trama fica mais insustentável. Só acho bom nessa confusão é que Bozo fica mais distante de disputar as eleições de 26.