Queimadas “do amor” destroem mais a Amazônia do que desmatamento
Porção do bioma consumida pelo fogo é dez vezes maior do que a afetada pelo corte de árvores
Enquanto Lula (PT) promete aos líderes do G20 erradicar o desmatamento no Brasil até 2030, as queimadas consumiram uma área dez vezes maior da Amazônia do que o corte de árvores, registrou O Globo.
Os dados são do Monitor do Fogo, elaborado pelo MapBiomas, e foram apresentados durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão.
Considerando o período de janeiro a outubro, o total de áreas queimadas em todos os biomas equivale ao tamanho do estado de Tocantins.
Amazônia: 6,7 milhões de hectares consumidos pelas chamas
A diferença entre as áreas afetadas por incêndios e desmatamento é a mais acentuada desde o início das medições pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2019.
Na Amazônia, 6,7 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas entre janeiro e outubro deste ano, enquanto 650 mil hectares sofreram desmatamento.
Em comparação com o ano anterior, houve um aumento de 7,5 vezes na área incendiada.
Segundo o MapBiomas, 25% dos incêndios ocorreram em áreas florestais, muitas vezes visando à derrubada de árvores, enquanto 55% aconteceram em pastagens já estabelecidas.
Um ‘Tocantins’ foi queimado em 2024
De janeiro a outubro deste ano, a Amazônia concentrou mais da metade dos incêndios no país, cerca de 55%, ou 27,6 milhões de hectares, um aumento expressivo comparado aos 21% registrados no mesmo período do ano passado.
No mesmo período, o Brasil registrou queimadas em uma área equivalente ao estado inteiro de Tocantins, um aumento de 119% em relação a 2023.
Mato Grosso, Pará e Tocantins foram os estados mais impactados, concentrando 56% das queimadas no país.
A vegetação nativa foi a mais afetada pelas chamas, 74%, seguida pelas formações florestais, 25%.
O Pantanal, por sua vez, apresentou o maior crescimento proporcional nas áreas queimadas: um aumento de 1.017%, somando mais 1,6 milhão de hectares em relação ao ano anterior.
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Comentários (1)
Marcelo Augusto Monteiro Ferraz
20.11.2024 16:53Estagiário, a vegetação nativa também abarca as formações florestais, assim como formações arbustivas e formações herbáceas! A redação do texto desta matéria, portanto, induz a entendimento errôneo sobre as estatísticas nela apresentadas. Por oportuno, deve ser enfatizado que incêndio e queimadas são conceitos distintos. Voluntariamente provocado ou não, o incêndio é indesejável e impactante, enquanto a queimada é, teoricamente, uma forma de se manejar a vegetação para a implantação ou expansão de empreendimento agropecuário, sendo atualmente objeto de críticas pelo seu potencial de se transformar em incêndio, em caso de equívocos técnicos e/ou perda de seu controle durante a sua execução.