“Se a Suécia for atacada, nunca nos renderemos”
"Não se pode excluir a possibilidade de um ataque armado" destacou o consultor de preparação da Agência Sueca de Contingências Civis
Em meio ao delicado contexto bélico e tensões crescentes, a Suécia revisou suas diretrizes de preparação para crises. O novo manual sueco de prontidão, que começou a ser distribuído em residências na segunda-feira, 18 de novembro, alerta os cidadãos sobre os tempos incertos.
Este movimento segue o exemplo de seus vizinhos nórdicos: Finlândia, Dinamarca e Noruega, que já tomaram medidas semelhantes para preparar suas populações diante de ameaças à segurança, desinformação, ciberataques e desastres climáticos.
Embora as novas diretrizes não mencionem explicitamente a Rússia, autoridades suecas e finlandesas reconheceram que a invasão da Ucrânia influenciou significativamente suas decisões.
Países nórdicos em alerta
Eriikka Koistinen, diretora de comunicações do Ministério do Interior da Finlândia, ressaltou que o ambiente de segurança global tornou-se mais imprevisível. Além da guerra na Ucrânia, eventos como a aparente sabotagem de cabos de fibra ótica no Mar Báltico e as relações cada vez mais próximas entre Rússia e Coreia do Norte são preocupações crescentes.
A relação histórica cautelosa dos países nórdicos com a Rússia continua a influenciar suas políticas. A Finlândia, que se juntou à Otan em 2023, compartilha uma extensa fronteira com a Rússia.
A Noruega está em alerta contra espiões russos perto de sua fronteira compartilhada e contribuiu para aquecer lares europeus após cortes no fornecimento de gás russo. A Suécia, agora também membro da Otan, destacou em seu folheto que os níveis de ameaça militar estão aumentando.
Suécia não exclui possibilidade de ataque armado
Os movimentos recentes como a redução do limiar para uso de armas nucleares pela Rússia e o lançamento pela Ucrânia de mísseis balísticos fabricados nos Estados Unidos em território russo elevaram as tensões.
O governo sueco está tratando a situação de segurança com extrema seriedade. “Não se pode excluir a possibilidade de um ataque armado” destacou Svante Werger, consultor de preparação da Agência Sueca de Contingências Civis.
A iniciativa sueca inclui um folheto intitulado “Em Caso de Crise ou Guerra”, que agora possui 32 páginas – quase o dobro da edição anterior – oferecendo orientações detalhadas sobre abrigo e evacuação, além de informações específicas para pessoas com necessidades especiais ou que possuem animais de estimação.
“A maior diferença é o foco aumentado na preparação para guerra e o tom mais severo das advertências”, explicou Werger
Em breve, o parlamento sueco votará um projeto de defesa visando aumentar os gastos militares e civis nos próximos cinco anos. O compromisso do país é claro: “Se a Suécia for atacada, nunca nos renderemos”, afirma o folheto logo após o índice – uma mensagem agora enfatizada desde o início do documento.
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