Bolsonaro posa de “antissistema”, mas foi seu maior fantoche, diz ex-deputada
Dayane Pimentel (União Brasil-BA) publicou o que chama de “resumo básico, mas esclarecedor”
Depois de criticar Janja como “uma Bolsonaro de saia e de sinal trocado” em razão das falas da esposa de Lula no G-20, a ex-deputada federal Dayane Pimentel (União Brasil-BA) afirmou nesta terça-feira, 19 de novembro, no X, que Jair Bolsonaro posa de “antissistema”, mas foi seu maior fantoche.
Dayane foi aliada do então candidato do PSL em 2018, rompeu com ele durante seu governo apontando estelionatos eleitorais e, assim como o ex-aliado, não conseguiu se reeleger em 2022.
“Resumo básico, mas esclarecedor:
Bolsonaro, recém-eleito e em pleno poder como presidente da República, iniciou todas as tratativas e acordos com o Centrão:
- vivia dizendo, em reuniões não filmadas e restritamente reservadas, que a Lava Jato tinha que acabar;
- telefonou aos berros para seus correligionários, à época, exigindo que parássemos com as manifestações a favor da Lava Toga.
- cismou com vários ex-aliados simplesmente porque encontrou nestes uma resistência a sua nova postura de bastidor, enquanto seguia na frente das câmeras fazendo teatro;
- vasculhou a vida de todos os seus ex-aliados, não encontrou NADA, restou atribuir a pecha de ‘traidores’ para assassinar reputações, e seus fanáticos e funcionários seguiram sua ordem de espalhar mentiras, fake news e calúnias, e tudo feito com o alcance do dinheiro público;
- cometeu diversos crimes, segundo MP e PF, desde corrupção até crime sanitário;
- não apaziguou nada na sociedade em caos por conta de uma polarização insana e nociva que ele, inclusive, alimentava diariamente;
- vivia a puxar o saco de líderes do Centrão com cargos, nomeações e as emendas mais caras da história e mesmo não nomeando ministros através de denominações partidárias, em seu funcionamento, os ministérios estavam lá para servir aos integrantes do Centrão;
- tudo calculado para, na foto, ele continuar o ‘antissistema’, mas, no bastidor, o seu maior fantoche.
Com essas medidas de distribuir emendas e outras regalias, sua popularidade estava em alta no mundo político, os congressistas sorriam à toa, nos corredores de Brasília eles afirmavam que ‘nunca existiu um presidente tão mão aberta!’, por isso teve amplo apoio ainda em 2022.
Mesmo assim, perdeu a eleição, por mais que tenha torrado o erário; o povo – nada beneficiado com suas medidas governamentais – preferiu a volta de Lula entendendo o risco à democracia e a falta de gestão qualificada.
Bolsonaro fez o possível para Lula concorrer, pois não esperava perder para ele.
Logo vieram as notícias de uma tentativa de golpe, pois Bolsonaro queria a todo custo se perpetuar no poder.
E boa parte da classe política seguia fingindo não enxergar o que estava acontecendo, pois era muito conveniente o sabor dos ‘likes’ e da nova fama de ‘político bolsonarista’, então testemunhamos: ladrões virarem patriotas, imorais virarem defensores da família, corruptos viraram conservadores, inimigos passaram a ser aliados de primeira hora.
Tudo caminhava para que os novos ‘amigos’ o salvaguardassem de qualquer situação embaraçosa na Justiça.
Mas não aconteceu nada disso.
Bolsonaro ficou inelegível, segue respondendo a vários processos, está sendo indiciado em muitos outros e a cadeia não é descartada.
Seu nicho está dividido entre os que acham cômodo seguir a política tradicional do ‘toma lá, dá cá’, do salve-se quem puder versus os reacionários que até aceitam a corrupção, a imoralidade, o caos, a falta de humanidade do ‘mito’… mas não aceitam o diálogo com figurões.
Todos inúteis, errantes e macabros.”
“Ele sempre fala uma coisa e faz outra”
Dayane considera ter feito sua parte “no auge da popularidade e poder desses trastes que se acham os donos da direita”.
“Eu queria um país melhor, eles queriam poder e dinheiro. Não canso de repetir: EU AVISEI!”, comentou ela em 26 de outubro, dizendo ter sido “injustiçada pela máquina mortífera de assassinato de reputações dessa familícia”.
Ao criticar Bolsonaro por ter acabado com a Lava Jato e facilitado a criação do orçamento secreto, Dayane resumiu em 10 de novembro: “Ele sempre fala uma coisa e faz outra.”
Dayane Pimentel no Papo Antagonista
Em 14 de maio de 2020, a então deputada deu entrevista ao Papo Antagonista e declarou:
“Não é porque apoiei Bolsonaro que tenho de ser submissa a ele.”
Assista:
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